VIDA URBANA
Nicotina pura pode melhorar atenção e memória, afirma pesquisadora da UFPB
A pesquisadora alerta que pode haver certo nível de toxicidade devido a quantidade ingerida.
Publicado em 05/12/2019 às 18:16 | Atualizado em 06/12/2019 às 7:31
A pesquisadora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Natália Almeida afirmou que a nicotina pura pode melhorar a atenção e memória. A pesquisa está sendo desenvolvida em parceria com o doutorando Thiago Fernandes, no Laboratório de Percepção, Neurociência Cognitiva e Comportamento (LPNeC) da instituição, no campus I, em João Pessoa. Em agosto deste ano, a pesquisadora já havia constatado que fumar pode prejudicar a visão.
Na pesquisa mais atual, Natália Almeida explicou que alguns estudos mostraram que a nicotina pura tem fator neuroprotetivo, ou seja, melhora a atenção e a memória. "O foco da pesquisa é observar se a nicotina, separadamente, pode servir como fator protetivo; se há diferença em quantidades diversificadas, que podem variar entre 2mg e 4mg. Isso poderá, inclusive, ajudar a perceber de forma mais detalhada quais componentes do cigarro prejudicam ou não a visão”, conta a pesquisadora.
Ela relata que “na pesquisa anterior, observamos que o cigarro afeta a visão. Mas como saber se a causa é a nicotina, fumaça ou outras substâncias? Em nível celular/molecular, quando a nicotina se liga aos receptores que existem no cérebro, ela libera acetilcolina, que está envolvida no processo de memória de curto e longo prazo, tal como processos atencionais”.
Contudo, Almeida alerta que pode haver certo nível de toxicidade de acordo com a quantidade ingerida. “Como a visão é a porta de entrada para a cognição, o estudo quer observar se essas quantidades seriam tóxicas ou benéficas e se haveria certo nível de “normalidade””.
A pesquisadora explica que, de acordo com a anatomia básica do sistema nervoso, tanto a retina quanto tubo neural tem a mesma formação e origem de tecido. “A retina, por sua vez, é o órgão mais fácil de investigar e de estudar de forma não invasiva”. Segundo Natália, a importância de estudar a visão é que ela pode se tornar um biomarcador para alterações clínicas de transtornos neuropsiquiátricos .
A pesquisa deve ser concluída em um ano. Pessoas não fumantes com idade entre 18 a 45 anos podem ser voluntárias. Entre os requisitos básicos, não estar usando medicações para transtornos neuropsiquiátricos e/ou não ser diagnosticada em condições que afetem a visão, como glaucoma e catarata.
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