VIDA URBANA
Niemeyer morre aos 104 anos
Oscar Niemeyer morreu aos 104 anos e deixa grande legado à arquitetura contemporânea e traços marcados em obras pelo Brasil e pelo mundo.
Publicado em 06/12/2012 às 6:00
Oscar Niemeyer, principal nome da arquitetura no Brasil, morreu ontem, aos 104 anos, no Rio de Janeiro.
Arquiteto de um "jogo inesperado de retas e curvas", como ele mesmo se definia, "criador de Brasília", como ficou conhecido popularmente, não resistiu à terceira internação neste ano. Entre as últimas obras criadas por ele, estão a Estação Cabo Branco, em João Pessoa, e o Museu dos Três Pandeiros, em Campina Grande.
A causa da morte, segundo o médico Fernando Gjorup, foi infecção respiratória. O arquiteto carioca completaria 105 anos em 15 de dezembro
Ele estava ao lado da mulher, Vera Lúcia, 67, e de sobrinhos e netos no momento da morte. Cerca de dez pessoas o acompanhavam.
Niemeyer estava internado desde 2 de novembro no Hospital Samaritano, em Botafogo. Ficou lúcido até a manhã de ontem, quando teve uma parada cardiorrespiratória, mas os médicos que o tratavam conseguiram reanimá-lo, deixando-o a partir de então sedado e entubado.
O velório vai acontecer no Palácio do Planalto, oferecido à família pela presidente Dilma Rousseff.
Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares tinha sido internado por causa de uma desidratação. No dia 7, os médicos anunciaram queda da função renal, que apresentou reação nos dias seguintes para novamente piorar ontem.
Comunista histórico, fez sua última aparição pública tendo a política como motivação: em julho, gravou um vídeo em apoio à reeleição do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB). "O Sambódromo é um projeto que comecei e o Paes terminou.
Graças a ele, meu sonho finalmente foi realizado", disse, na mensagem que foi veiculada na TV --neste ano, a prefeitura adequou o espaço ao projeto original dele, de 1983.
Nascido no Rio em 15 de dezembro de 1907, trabalhou na tipografia do pai e formou-se em arquitetura em 1934, pela Escola Nacional de Belas Artes. Começou como estagiário no escritório de Lúcio Costa e Carlos Leão.
Em parceria com o primeiro, que se tornou seu amigo, aceitou em 1956 seu maior desafio profissional: projetar Brasília, inaugurada em 1960.
O arquiteto deixa cinco netos, 13 bisnetos e quatro trinetos.
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