VIDA URBANA
Obras com problemas
Vistoria realizada em 50 obras na Paraíba, revela precariedade e alerta para a necessidade de reparos nessas estruturas.
Publicado em 30/11/2012 às 6:00
Viadutos, passarelas, pontes, marquises, estádio e terminal rodoviário, instalados em João Pessoa e em Bayeux estão em precárias condições de manutenção e precisam passar, urgentemente, por reformas. Se os serviços não forem executados, há o risco dessas estruturas causarem acidentes e até tragédias entre a população.
Este é o resultado de inspeções realizadas por engenheiros do Sindicato Nacional da Arquitetura e Engenharia, seccional Paraíba (Sinaenco-PB), que vistoriaram 50 obras na Paraíba.
Destas, 21 apresentaram sérios problemas estruturais, como fissuras, rachaduras, infiltrações, ausência de concreto e exposição de ferros e aços.
As inspeções fazem parte da campanha “Prazo de Validade Vencido”, uma iniciativa nacional que já vistoriou equipamentos públicos construídos em diversos Estados do país. Entre as localidades visitadas, estão Salvador, Florianópolis, Bahia, Santa Catarina, Ceará, Minas Gerais e Pernambuco.
A finalidade das vistorias é traçar um diagnóstico das condições de manutenção de pontes, passarelas, viadutos, marquises e rodovias e alertar órgãos públicos e população sobre os riscos desses problemas e a necessidade de realizar as reformas.
Segundo o presidente do Sinaenco/PB, George Cunha, o Estádio Ministro José Américo de Almeida (O Almeidão), está entre as obras públicas em situação considerada preocupante.
Localizado no Cristo Redentor, em João Pessoa, o local está com estrutura comprometida, devido à presença de rachaduras, fissuras e armação de ferros e de aço expostas e sofrendo corrosão.
“Do jeito que está, o estádio não pode ser usado. João Pessoa está sem local para realizar uma partida de futebol e corre o risco até de perder a chance de ser subsede da Copa de 2014”, disse o dirigente.
Outros locais que também estão sem manutenção são a ponte e o viaduto construídos sobre o rio Sanhauá, que ligam João Pessoa a Bayeux. Em diversos trechos, há pontos de rachaduras, infiltrações e estrutura metálica exposta à ação do sol e da chuva, ainda há o desgate visível das juntas que unem as partes de concreto e que ajudam a sustentar o peso dos veículos. Até parte do guarda-corpo, que foi criado na ponte para proteger os pedestres contra quedas no rio, já cedeu. Por causa disso, as pessoas ficam sujeitas a sofrer acidentes.
No Terminal Rodoviário de João Pessoa, outros sinais de má conservação. De acordo com o relatório, o imóvel foi construído em um terreno instável e sem atender às devidas exigências técnicas, o que acelerou o surgimento de rachaduras e buracos no solo. Além disso, o prédio ainda sofre com cadeiras, forros de teto e até banheiros quebrados.
Na orla marítima, a situação é ainda mais crítica. As praças da praia de Cabo Branco, por exemplo, estão sem manutenção e apresentando buracos em diversos trechos. O problema aumenta o risco de ocorrerem acidentes entre pessoas que fazem caminhada na área.
No local, ainda há tubulações que lançam águas pluviais (da chuva) no mar e também resíduos de um gabião que desmoronou. Segundo o presidente do Sinaenco-PB, gabião é uma estrutura formada por pedras, que é presa com arame e que serve para deter o avanço do mar.
Apesar de ser de propriedade particular, o Hotel Tambaú também foi inspecionado e deixou as equipes preocupadas. Construído à beira-mar, as estruturas de sustentação do empreendimento estão rachadas e com o concreto e armaduras de ferro deterioradas. Em alguns pontos, a fissura está tão intensa que já dividiu a parede em duas partes. Fechaduras, portas, tomadas e torneiras também estão quebradas.
Em outros pontos de João Pessoa, o problema está nas ruas esburacadas e nas marquises de prédios, que estão com a estrutura metálica exposta. “A gente percebe que muitas dessas obras foram feitas para durar para sempre, mas é preciso que haja a manutenção. Custa menos fazer a manutenção do que reconstruir o empreendimento todo, depois”, disse o presidente do Sinaenco-PB.
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