As obras anunciadas no início deste ano para a execução do projeto para os oito casarões históricos da rua João Suassuna, na 'cidade baixa', no Centro Histórico de João Pessoa, previstas para este mês, ainda não foram iniciadas. Segundo a Secretaria Municipal de Habitação (Semhab), a parte interna dos imóveis seria transformada em 17 apartamentos e seis pontos comerciais, mas no local não há nenhuma ação de intervenção, nem mesmo homens trabalhando.
A edição do JORNAL DA PARAÍBA do último dia 16 de janeiro publicou informações detalhadas sobre o projeto 'Moradouro', como a manutenção das fachadas dos casarões com características de arquitetura Art Déco e Art Nouveau, investimento total de R$ 3 milhões, com recurso do governo federal e contrapartida da prefeitura e ainda a expectativa da Semhab de que até dezembro deste ano as moradias já estivessem ocupadas.
No entanto, diferentemente do anunciado, a prefeitura sequer colocou as estruturas metálicas no interior dos casarões, como sustentação, para que as ruínas dos imóveis não comprometessem a realização das intervenções, previstas para este mês.
Para quem trabalha próximo ao local, ou passa diariamente por ele, a realização do projeto 'Moradouro' transformaria a área do Centro Histórico em polo turístico, econômico e de grande movimentação, como afirmou o vendedor de uma loja que fica de frente para os antigos casarões, Adalberto Ferreira, 41 anos. “Faz tempo que ouço falar nesse projeto. Já mudou gestão e passou de uma para outra, mas ainda não saiu do papel. Se realmente for feito o que eles (prefeitura) disseram, vai trazer mais movimentação para essa área, o que vai ser bom para todos que tem e terão comércio por aqui”, opinou.
A diarista Edivânia Maria, 32 anos, mora em Cabedelo e trabalha em João Pessoa. Ela desce na estação de trem, no Varadouro, e passa na frente dos casarões todos os dias. Segundo ela, quando o projeto for concluído irá oferecer mais segurança. “Por aqui tem muitos homens trabalhando, até por conta dessas oficinas, e nós, mulheres, não nos sentimos muito seguras porque essa área é morta, com esses prédios fechados. Com comércio e moradias, vou poder passar por aqui com mais tranquilidade”, disse.