VIDA URBANA
Operação Gabarito vai notificar sobre candidatos beneficiados em fraudes
Segundo o delegado Lucas Sá, todos eles devem perder os cargos.
Publicado em 07/11/2017 às 7:00
Trinta e uma pessoas já foram presas na Paraíba, Pernambuco e Alagoas desde o início da Operação Gabarito, que investiga a fraude de mais de 100 concursos na Paraíba e em outros estados. De acordo com o delegado Lucas Sá, responsável pelas investigações, as novas fases da operação devem focar na identificação dos beneficiados pelo esquema e na prisão de membros da quadrilha que ainda estão soltos. A Operação completa seis meses nesta terça-feira (7).
"Estamos na quarta fase da operação e queremos focar também na parte administrativa", explicou o delegado. "As pessoas que foram beneficiadas pelo sistema são hoje, em grande parte, servidores públicos, então estamos enviando os resultados da investigação para as instituições nas quais elas estão trabalhando. Esperamos que elas respondam a processos administrativos e sejam, por fim, demitidas", disse.
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Segundo ele, um dos membros da quadrilha foi demitido do Banco do Brasil após a investigação e um candidato do concurso do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) da Paraíba foi desclassificado por envolvimento com o esquema.
Lucas Sá explicou que a operação prossegue em doze estados. "Apesar das prisões que já realizamos, muitas pessoas seguem em liberdade", comentou. "Esperamos prender os outros membros da quadrilha em fases futuras", concluiu.
Operação Gabarito
As investigações da Operação Gabarito começaram em fevereiro de 2017, após a polícia receber denúncias anônimas. Mais de 100 pessoas, entre integrantes do grupo e beneficiados, estão sendo investigadas. A polícia estima que em 12 anos, o grupo desarticulado na Operação Gabarito movimentou pelo menos R$ 60 milhões com as fraudes. Parte do dinheiro era investido em imóveis, que supostamente eram comprados como uma forma de lavar o dinheiro.
Os concursos teriam sido fraudados por um esquema criminoso que vendia um "kit completo de aprovação" por até 10 vezes o valor do salário pretendido para o cargo. De acordo com o delegado, com a análise do material apreendido, que deve acontecer na quinta fase da operação, o número final de concursos pode passar de 100.
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