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VIDA URBANA

Para 63% dos paraibanos, cor ou raça influenciam na vida, mostra IBGE

Mais da metade dos paraibanos entrevistados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acreditam que a cor ou a raça influencia na vida.

Publicado em 22/07/2011 às 15:10

Da Redação
Com G1

Mais da metade dos paraibanos entrevistados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acreditam que a cor ou a raça influencia na vida. O estudo “Pesquisa das Características Étnico-Raciais da População: um Estudo das Categorias de Classificação de Cor ou Raça”, coletou informações em 2008, em uma amostra de cerca de 15 mil residências realizada em cinco estados e no Distrito Federal. Na Paraíba, 63% dos entrevistados acreditam nesse tipo de influência.

Entre as unidades pesquisadas, o maior percentual de pessoas que acredita que a raça ou a cor influencia na vida foi registrado no Distrito Federal (77%) e o menor no Amazonas (54,8%). Na Paraíba, 30,1% dos entrevistados negaram a influência e 6,7% disseram não saber responder.

No total, 63,7% dos brasileiros acreditam na influência. As mulheres apresentam percentual maior do que os homens: 66,8% delas disseram que a cor ou raça influenciava, contra 60,2% deles. Quando se analisa o quadro por idades, os maiores percentuais de resposta afirmativa ficam com os jovens com idades dentre 25 e 39 anos (67,8%), seguidos por pessoas na faixa etária de 15 a 24 anos (67,2%).

Os dois grupos se alternam na liderança desse quesito em todos os estados, mas no Distrito Federal há destaque para o grupo com idades entre 40 e 59 anos, que corresponde a 79,5%.

Influência no trabalho

Entre as situações nas quais a cor ou raça tem maior influência, o trabalho aparece em primeiro lugar entre pessoas entrevistadas, com 71% das respostas, aponta o IBGE.

Logo em seguida, os brasileiros apontaram que a cor e raça interferem "na relação com a justiça ou a polícia", citada por 68,3% dos entrevistados. Para 65%, estes fatores também interferem no convívio social; e para 59,3%, cor e raça são fatores que atuam na maneira das pessoas agirem nas escolas.

Dos entrevistados, 96% afirmam saber a própria cor ou raça. As cinco categorias de classificação do IBGE (branca, preta, parda, amarela e indígena), além dos termos “morena” e “negra”, foram utilizadas pelos entrevistados.

A maioria dos brasileiros respondeu ao IBGE que o fator preponderante para identificar sua cor ou raça é “a cor da pele” – foi o argumento de 74% dos entrevistados. Mas 62% deles disseram que a origem familiar também é analisada; e, para 54%, traços físicos também atuam na formação da raça.

Estudo inédito

“A importância muito grande deste estudo é que ele é inédito. O IBGE jamais tinha indagado este aspecto sobre a influência na vida das pessoas. Normalmente fizemos pesquisas concretas, sobre renda, saneamento. Agora, fizemos a pessoa refletir sobre um sentimento”, diz ao G1 Ana Sabóia, chefe da Divisão de Indicadores do IBGE e coordenadora-geral da pesquisa.

O Distrito Federal se destacou no levantamento com os maiores percentuais de percepção da influência da cor ou raça em quase todas as situações citadas. Para os moradores de lá, cor e raça atuam no trabalho (86,2%), na relação com justiça/polícia (74,1%), no convívio social (78,1%), na escola (71,4%) e também nas repartições públicas (68,3%). Apenas em “casamento”, a Paraíba ficou com 49,5% contra 48,1% do Distrito Federal.

Ana atribuiu esse resultado ao “maior nível de escolaridade da população do Distrito Federal, quando as pessoas têm maior facilidade em responder a este nível de pergunta”.

Própria cor

Entre os destaques está o dado de que 96% dos brasileiros entrevistados afirmam que saberiam fazer sua autoclassificação no que diz respeito a sua cor ou raça. Para Ana, isso mostra que “as pessoas sabem dizer a sua cor, não tem mais este mito”.

Segundo a pesquisadora, os dados não podem dizer se o brasileiro acredita que há preconceito pela cor ou raça. “Não se pode afirmar isso. A pergunta foi direta, se a cor ou a raça influencia na vida. A gente não perguntou se isso era positivamente ou negativamente”, afirma.

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Jornal da Paraíba

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