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VIDA URBANA

Paraíba já registra mais de 400 casos suspeitos de microcefalia

Surto continua se expandindo no Estado e as notificações já chegaram a 425 casos suspeitos. Caso de recém-nascido que acabou morrendo é um dos investigados.

Publicado em 22/12/2015 às 14:43

A Secretaria de Saúde do Estado divulgou novos números dos casos de microcefalia nesta terça-feira (22). Segundo o órgão, foram notificados, até o dia 29 de dezembro, 425 casos suspeitos em 72 municípios paraibanos, entre eles está o caso de um recém-nascido que acabou morrendo.

De acordo com o novo Boletim Epidemiológico, a região metropolitana de João Pessoa contabiliza 70% do número de casos suspeitos. A capital se mantém como o município com maior número, num total de 204 casos, sendo também o município que mais revisou prontuários, realizando busca ativa retrospectiva nos atendimentos das maternidades públicas. O Conde segue com 16 casos, Bayeux com 14, Alhandra com 13, Caaporã 11 casos e Pedras de Fogo contabilizou 10 casos. Já o município de Pitimbu está com nove casos suspeitos, Cabedelo também com nove casos, Santa Rita com seis casos, Rio Tinto cinco casos e Lucena um caso.

O Ministério da Saúde também divulgou um boletim nesta terça-feira. Os números, no entanto, diferem dos da secretaria estadual. De acordo com os dados, a Paraíba continua como sendo o Estado com o segundo maior número de notificações, mas o ministério aponta 429 casos em 69 cidades. Os dois relatórios só concordam com o número de mortes suspeitas, que são cinco. Na semana passada, eram 371 notificações.

“A SES-PB está apoiando os municípios para dar celeridade à investigação dos casos suspeitos. Nossa equipe reforça a importância da notificação de novos casos, seguindo os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde”, enfatizou a gerente executiva de Vigilância em Saúde da SES, Renata Nóbrega.

Do total de casos notificados até o momento, 21 foram confirmados, 30 descartados e os demais (374) continuam em investigação pelas Secretarias Municipais de Saúde, com apoio da SES-PB e do Ministério da Saúde. Dois casos foram confirmados em gestantes residentes no município de Juazeirinho, cujos fetos apresentaram microcefalia e diagnósticos laboratoriais conclusivos para vírus Zika pelo método de Reação da Transcriptase Reversa, seguida de reação em cadeia da polimerase (RT-PCR) em amostra de líquido amniótico.

Neste período, cinco casos suspeitos evoluíram para óbito – quatro infantis e um fetal - cujas mães são residentes dos municípios de Piancó (um), Conde (um) e João Pessoa (três). Após a conclusão da investigação, um óbito infantil foi descartado - os achados não eram compatíveis com malformação congênita de origem infecciosa. Os demais estão em investigação. Segundo o tipo de detecção, 88% (373/425) das notificações foram de recém-nascidos, 51 fetos com alterações do SNC (12%) e um natimorto.

“A maioria das notificações feitas até então foi realizada baseada, apenas, na medida do perímetro cefálico (PC) igual ou inferior a 33 centímetros, independentemente da mãe relatar ou não sinais ou sintomas de doenças infecciosas durante a gravidez e de exames complementares. Portanto, trata-se de uma triagem de crianças nascidas a partir de 1º de agosto, que se enquadram na definição de caso suspeito, a fim de possibilitar o desencadeamento da investigação e, com isso, concluir um diagnóstico final de confirmação ou descarte de malformação congênita relacionada ao vírus Zika, conforme protocolo clínico do Ministério da Saúde”, explicou Renata Nóbrega.

O Ministério da Saúde confirmou no dia 28 de novembro a relação entre o Zika vírus e o surto de microcefalia na região Nordeste. O Instituto Evandro Chagas, órgão do MS em Belém (PA), encaminhou o resultado de exames realizados em um bebê, nascido no Ceará, com microcefalia e outras malformações congênitas. Em amostras de sangue e tecidos foi identificada a presença do Zika vírus.

“Essa é uma situação inusitada no ramo da pesquisa científica. As investigações sobre o tema devem continuar para esclarecer questões como: a transmissão desse agente; a sua atuação no organismo humano; a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante”, explicou Renata Nóbrega.

A microcefalia, independente da causa, já é uma condição confirmada. No entanto, em se tratando da vigilância de microcefalias relacionadas ao vírus Zika, todos os casos que, após revisão da aferição das medidas, dos exames ou do critério de enquadramento, não estejam contemplados nas definições estabelecidas para relação com infecção pelo vírus Zika, serão descartados, de acordo com o “Protocolo de vigilância e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika”, da SVS/MS.

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Jornal da Paraíba

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