VIDA URBANA
Paraíba tem pouca oferta de psiquiatras
De acordo com informações do CRM, o estado possui 73 psiquiatras para atender uma população de 3,7 milhões de paraibanos.
Publicado em 12/06/2012 às 6:00
A Paraíba possui um psiquiatra para cada 515.962 habitantes.
São 73 profissionais credenciados pelo Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM/PB) para atender a uma população de mais de 3,7 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pouca oferta da mão de obra é motivo de preocupação para a classe médica, já que a escassez de profissionais influencia diretamente na qualidade da assistência oferecida, principalmente na rede pública.
Ao lado da nefrologia, que possui apenas 32 profissionais credenciados pela Sociedade Paraibana de Nefrologia do Estado, a psiquiatria está entre as especialidades com a menor quantidade de profissionais atuantes na Paraíba.
Segundo o presidente do CRM/PB, João Medeiros, a situação é consequência direta da opção feita pelos acadêmicos de Medicina, ao longo dos últimos dez anos. “Na última década, houve uma relativa diminuição nas formaturas de médicos nessa área. Os próprios médicos decidiram não optar por essa especialidade, elegendo outras áreas, como cardiologia e otorrinolaringologia, que, hoje, possuem um número maior de profissionais”, explica.
“No entanto, isso vem mudando. Na Paraíba, já existem residências abertas no Hospital Universitário Lauro Wanderley para psiquiatria, que estão estimulando a formação e a permanência dos médicos no Estado. Ao contrário do que ocorre com a Pediatria, que vem registrando uma redução crescente de profissionais, a psiquiatria está voltando a ser procurada”, comenta João Medeiros.
Para o psiquiatra Aroldo de Souza Rique, membro da Sociedade Paraibana de Psiquiatria, a falta de profissionais na área gera problemas para a categoria e para os pacientes. “A pouca quantidade sobrecarrega os psiquiatras, principalmente no serviço público, onde a demanda é sempre maior”, observa.
Na avaliação do médico, que possui mais de 30 anos na atividade, a pouca opção de médicos pela psiquiatria é consequência direta da alta exigência de qualificação desse segmento da medicina. Ele salienta que, além dos tradicionais seis anos do curso de graduação em medicina, os profissionais ainda precisam se dedicar a residências médicas psiquiátricas, que podem se estender de três a quatro anos.
“E, mesmo quando começamos a atuar na área, temos que fazer constantes cursos de qualificação e aprimoramentos, porque a psiquiatra é uma área dinâmica, que exige conhecimento, experiência e muito amor pelo paciente”, argumenta Aroldo Rique.
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