VIDA URBANA
Paraibano é o primeiro caso de morte da nova gripe no Nordeste
Estudante de enfermagem de 31 anos morreu nesta terça-feira por complicações do vírus Influenza A. HU da Capital diz que paciente estava suscetível a infecções.
Publicado em 28/07/2009 às 11:43
Karoline Zilah
O estudante de enfermagem Severino Galdino, de 31 anos, que morreu na madrugada desta terça-feira (28) por complicações do vírus Influenza A (H1N1), a nova gripe, foi a primeira vítima fatal da doença no Nordeste. Em entrevista coletiva, a equipe médica que acompanhou o paciente no Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa, informou que ele sofria de uma doença pulmonar crônica e apresentava baixa imunidade.
A morte aconteceu às 2h da madrugada, mas o anúncio foi feito somente pela manhã. O coordenador da Vigilância Epidemiológica do HU, Clodoaldo Silveira, ressaltou que o paciente fazia parte do grupo de risco da doença. Segundo ele, em sua rotina diária, o estudante precisava usar um aparelho respiratório e estava sempre suscetível a infecções.
“Ele era um paciente com histórico de doença respiratória. Tinha pneumopatia crônica e má formação congênita no tórax, o que dificultava a respiração”, explicou Romilda Fernandes, diretora do setor de infectologia do HU.
O enterro acontece às 15h no cemitério Senhor da Boa Sentença, em João Pessoa. Romilda Fernandes (foto), médica especialista em doenças infecto-contagiosas, disse na entrevista coletiva que as pessoas que vão visitar o sepultamento não precisam usar máscaras porque o caixão deverá permanecer fechado. Já os profissionais que manusearam o corpo precisaram utilizar capote, máscara, óculos e luvas.
De acordo com a equipe do HU, das 30 pessoas que viajaram com o paciente, nenhuma apresentou sintoma da nova gripe até o momento. Severino Galdino viajou para participar de um congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Brasília no dia 13 de julho e retornou no dia 21.
Chegando a Campina Grande, ele sentiu insuficiência respiratória, deu entrada em um hospital particular, mas foi transferido para o Hospital da Unimed em João Pessoa e, finalmente, para o HU, onde foi isolado por ser considerado caso suspeito da nova gripe.
Segundo o jornalista Rafael Freire, que organizou a excursão a Brasília, o estudante era uma pessoa extrovertida, que não se deixava abater. Ele informou que o colega sabia da necessidade de viajar com um aparelho respiratório, mas escondeu dos colegas que não havia levado o equipamento.
Todos os estudantes que participaram da viagem foram orientados a procurar o HU caso apresentassem febre alta, coriza, entre outros sintomas. Cerca de 20 pessoas apresentaram características de gripe, mas nenhuma dos monitorados desenvolveu o problema até o momento.
“Não há motivo para pânico”
O diretor do Hospital Universitário, João Flávio, alertou que não há motivo para pânico. Segundo ele, o que a Paraíba está vivendo no momento é semelhante ao que as equipes de saúde aguardavam que acontecesse quando houve um surto de gripe aviária mundialmente.
João Flávio justificou que o número de mortes por Influenza A é o mesmo que já ocorre com a gripe comum. Como forma de prevenção, Clodoaldo Silveira avisou que as pessoas que sentirem sintomas podem procurar as unidades sentinelas de monitoração do diagnóstico da Influenza no no Centro de Atendimento Integral à Saúde (Cais) de Mangabeira e na Unidade de Saúde Integrada de Cruz das Armas.
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