VIDA URBANA
Paraibanos aprovam taxa extra para partos
De acordo com a nova medida, se a gestante quiser realizar o parto com o mesmo médico do pré-natal, terá que pagar por honorários diferenciados.
Publicado em 14/11/2012 às 6:00
O parecer emitido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que prevê a cobrança de taxa extra para o acompanhamento de parto pelo mesmo obstetra que assistiu a grávida durante o pré-natal, repercutiu de forma positiva na Paraíba, pois para o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado (CRM-PB), João Medeiros, essa orientação representará um ganho importante na redução de cesarianas no Estado, que chega a mais de 90% por mês nos setores privados e de saúde suplementar.
“A legislação e o contrato de plano de saúde não obrigam o médico que acompanha a gestante durante o pré-natal a realizar o parto. Por isso é juridicamente aceitável que o médico estabeleça honorários pela sua disponibilidade para atender a gestante”, afirmou.
De acordo com João Medeiros, o contrato estabelecido com as operadoras de saúde não obrigam os médicos a fazer atendimento de urgência, como a obstetrícia. “Essa é uma decisão que certamente irá contribuir para a redução de cesarianas, pois os contratos preveem atendimentos de rotina, como consultas e exames, além de que não há diferença entre o pagamento do parto normal e cesariano”, disse.
Em virtude disso, o presidente do CRM-PB apontou que o parto normal deixa de ser uma opção devido à impossibilidade dos médicos em ficarem disponíveis por até 12h ininterruptas durante o acompanhamento de parto. “Com essa nova orientação, abre a possibilidade de que médico e a paciente acordem formas de acompanhamento, o que pode resultar no aumento gradativo dos partos normais na saúde suplementar”, observou.
Outro fator importante, que deve ser ressaltado, é que, por conta dessa liberdade, também resultará o aumento pela procura da especialidade, que até então é pequena, devido à alta responsabilidade, tensão e total dedicação de horários”, destacou.
Para a recepcionista Vivian Pereira, 28 anos, o parecer do CFM é um meio de melhorar a cobertura oferecida pelos planos de saúde. “Isso torna o relacionamento entre médico e paciente mais claro e proporciona mais confiança na hora do parto, onde poderemos optar pelo normal, ao invés de cesariana, assim eu acho que melhora o serviço prestado às grávidas”, opinou.
Já para a estudante Iris Dutra, 15 anos, que está grávida de seis meses, a notícia é de bom grado. “É muito bom esse parecer, pois nós nos sentimos mais seguros em termos a mesma médica que acompanha minha gravidez desde o início também acompanhando o parto”, afirmou.
No entanto, para seu marido, Andersson Marques, 25 anos, isso representa mais um peso no bolso. “Querendo ou não é um prejuízo a mais”, avaliou.
Por sua vez, o presidente do CRM-PB, João Medeiros, afirmou que todas as etapas do pré-natal seriam cobertas pelo plano de saúde, sendo que o parto seria pago pela gestante diretamente ao obstetra de confiança, com o honorário combinado entre as partes, e assim seria cabível à operadora ressarcir a paciente com o valor pago ao plano de saúde. “Com o recibo em mãos, a paciente pode pedir ressarcimento pago à operadora de plano de saúde de, pelo menos, uma parte ou a dedução do valor no imposto de renda. Lembrando que este parecer não é obrigatório, o atende quem optar por ele”, concluiu.
UNIMED
Através da assessoria de comunicação, a operadora de plano de saúde, em João Pessoa, Unimed afirmou que o parecer do Conselho Federal de Medicina (CFM), que faculta à paciente o direito de escolher o obstetra que a acompanhará no momento do parto, não altera a rotina da operadora, pois o procedimento já é realizado dessa forma.
Como se trata de uma cooperativa médica, a Unimed-JP assegura ao cliente direitos, como a livre escolha do profissional que o assiste. Além disso, atua dentro de uma proposta de humanização do atendimento, onde o conforto e bem-estar do cliente são colocados em primeiro lugar.
Portanto, na Unimed-JP, a mulher escolhe o médico que irá fazer o parto. Se ele for cooperado, o plano cobre todo o procedimento, obedecendo às carências previstas em contrato.
Caso o médico não faça parte da Cooperativa, a paciente pagará os honorários do profissional.
Ainda conforme a assessoria, a Unimed é a maior operadora de planos de saúde da Paraíba. A unidade de João Pessoa conta, atualmente, com cerca de 130 mil clientes e 1,5 mil médicos cooperados. A rede credenciada é a maior rede privada da Paraíba. São 34 hospitais, sendo um próprio, 153 clínicas, 47 laboratórios, além de seis prontos-socorros.
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