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VIDA URBANA

Partos cesáreos estão acima da meta estabelecida pelo MS

No 1º semestre foram 3.632 nascimentos na Cândida Vargas, na capital , com 1.631 cesáreas, o que representa 55%. Ministério da Saúde fixa 40% para rede pública.

Publicado em 21/07/2015 às 7:25

Dos partos realizados no Instituto Cândida Vargas (ICV), em João Pessoa, entre janeiro deste ano até o último mês de junho, 55% foram de forma natural. É o que aponta os dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que contabilizou 3.632 partos, dos quais 2.001 foram normais e 1.631 (45%) por meio de cirurgia cesariana. Apesar disso, a capital ainda ficou acima da média nacional de cesarianas recomendada pelo Ministério da Saúde, que é de 40% para a rede pública, do total de partos realizados.

No mesmo período do ano passado, a diferença entre as duas formas de parto foi um pouco menor, uma vez que do total de 4.019 partos realizados, 2.025 (50,3%) foram normais e 1.994 (49,7%) foram cesarianas.

Os números do primeiro semestre deste ano são resultado de um trabalho que vem sendo colocado em prática pela SMS, desde o pré-natal, para incentivar o parto normal, segundo o obstetra e diretor técnico do ICV, Juarez Augusto. “Fazemos um curso com as gestantes e os pais para orientá-los sobre os benefícios do parto normal, diminuindo aquela tensão natural que existe na maioria das vezes. Trabalhamos no sentido de convencer as mães de que o parto natural geralmente é o mais indicado para a saúde dela e do bebê”, afirmou.

Ele explicou que para desenvolver esse trabalho, a maternidade conta com uma equipe multiprofissional que acompanha as mães no pré e pós-parto. A equipe inclui médicos de várias especialidades, como obstetras, neonatologistas e anestesistas, além de enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais. A unidade ainda conta com o suporte das doulas voluntárias e um acompanhante de livre escolha da gestante.

“Além do trabalho da equipe multiprofissional, a maternidade utiliza métodos não farmatológicos para o parto natural, como o cavalinho, a bola e a barra, além da ducha quente para estimular o relaxamento da gestante”, observou o obstetra.

Uma das mães atendidas pelo ICV é a gerente comercial Cíntia Sátiro, que deu à luz ao terceiro filho por meio de parto normal. “É um momento mágico, como o nome já diz, é natural. Acho que é uma experiência importante para a mãe e muitas pessoas acabam deixando de viver um momento tão perfeito apenas pelo medo daquilo que nem conhecem”, disse.

De acordo com Juarez Augusto, os benefícios do parto natural para a mãe e o filho são muitos, mas destacou a recuperação mais rápida, amamentação mais precoce, contato pele a pele imediato da mãe com o bebê, redução da perda sanguínea, redução do risco de infecção e a redução do período de hospitalização como os principais.

“A cirurgia cesariana é necessária apenas em alguns casos, a exemplo de descolamento prematuro de placenta, eclâmpsia (convulsões durante a gravidez), duas cesarianas anteriores, sofrimento fetal agudo, ausência ou redução acentuada de líquido amniótico e desproporções céfalo-pélvica (quando a pelve materna não permite a passagem da cabeça fetal)”, frisou.

DOULAS

Para incentivar ainda mais o parto normal, a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) inseriu, em 2011, a presença das doulas no Instituto Cândida Vargas, que desde a implantação, mais de 600 mulheres já foram atendidas pelas profissionais, resultando na redução de cesarianas. Essa iniciativa é realizada por meio da SMS e da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres (SEPPM).
No final de 2014, o Ministério da Saúde lançou medidas para incentivar o parto normal e reduzir a ocorrência de cesarianas desnecessárias, tanto na saúde suplementar como no sistema público. Desde a semana passada, as novas regras estabelecidas pelo governo federal passaram a ser exigidas aos serviços particulares.

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Jornal da Paraíba

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