VIDA URBANA
PB já registra 96 casos de microcefalia, diz Ministério da Saúde
No último dia 17, eram 21 casos; boletim divulgado nesta terça pelo MS confirma que a PB ocupa o 2º lugar em número de ocorrências. SES diz que são 104 suspeitos.
Publicado em 24/11/2015 às 11:19
Boletim divulgado na manhã desta terça-feira (24) pelo Ministério da Saúde atesta que a Paraíba já contabiliza 96 notificações de suspeita de casos de microcefalia. Há uma semana, eram 21 registrados. Os números, no entanto, são inferiores aos divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), também na manhã de hoje, que suspeitam de 104 casos. A explicação da SES é que os dados foram enviados para o MS na última quinta-feira (19) e os apresentados pela Secretaria foram contados até a sexta.
Segundo a gerente de Atenção à Saúde da SES, Patrícia Assunção, os casos foram registrados em 32 cidades do estado. João Pessoa concentra quase metade deles, sendo contabilizados 50. Ela explica que os registros estão sendo contados com base no endereço de moradia da grávida e não onde ela tem o bebê, por isso o desencontro de informações em determinadas cidades.
Na próxima segunda-feira deve chegar uma força-tarefa do Ministério da Saúde para reforçar as ações na Paraíba.
De acordo com os relatórios apresentados, o Estado perde apenas para o vizinho Pernambuco, onde há 268 registros. Em todo o país, o Ministério já contabiliza 520 casos em 160 cidades de nove estados e a principal hipótese para o surto continua sendo o contágio pelo Zika vírus. Microcefalia é uma anomalia que faz o bebê nascer, aos nove meses de gestação, com o crânio menor ou igual a 33cm.
O Zika Vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, assim como a dengue e o chikungunya. O maior número de ocorrências ocorreu em Pernambuco – 268. Em seguida vêm Paraíba (96), Sergipe (54), Rio Grande do Norte (47), Piauí (27), Alagoas (10), Ceará (9), Bahia (8) e Goiás (1).
"Todos os cientistas que tivemos contato até agora atribuem o surto de microcefalia, por enquanto circunscrito ao Nordeste, principalmente no estado de Pernambuco, ao zika vírus", declarou o minitro da saúde, Marcelo Castro. "Estamos com o problema potencializado. Além da dengue, que mata, além da chikungunya, que aleija temporariamente, temos o zika vírus, que aparentemente causa a microcefalia", complementou.
Ações para gestantes com bebês diagnosticados em João Pessoa
Os casos confirmados de Zika Vírus em gestantes da capital serão encaminhados para um dos hospitais de referência para atendimento de alto risco em João Pessoa. As unidades são o Instituto Cândida Vargas, o Hospital Universitário Lauro Wanderley ou a maternidade Frei Damião. A questão ficou definida em uma reunião realizada na manhã da segunda-feira (23) entre representantes de maternidades públicas e privadas e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Na ocasião, foram discutidos o fluxo e o protocolo assistencial das pacientes. Até o momento, no Instituto Cândida Vargas, apenas dois casos foram registrados de residentes em João Pessoa, de acordo com o boletim epidemiológico.
Ficou acertado, ainda, que todo acesso ao Serviço Único de Saúde (SUS) continua sendo realizado por meio da Atenção Básica, nas Unidades de Saúde da Família (USF). As gestantes realizarão os exames e acompanhamento do pré-natal como parte do programa Rede Cegonha e, caso necessário, serão indicadas para as três unidades.
“A reunião com os diretores das principais maternidades de João Pessoa faz com que os trabalhos sejam unificados, os encaminhamentos sejam mais dinâmicos e a assistência seja garantida”, destacou a Secretária de Saúde de João Pessoa, Aleuda Cardoso. “Estaremos intensificando as ações de combate ao vetor, juntamente com a equipe de vigilância ambiental e, sobretudo, com a participação da população, que é primordial”, completou.
Conforme a diretora geral do Instituto Cândida Vargas, Ana de Lourdes, o que ficou acertado na reunião será levado para a Secretaria de Saúde e para a prefeitura. “Em rede, estamos trabalhando para construir um protocolo de atendimento e acompanhamento das gestantes que apresentem ou que já tenham recebido algum diagnóstico, durante os exames e ultrassonografia, de microcefalia”, ressaltou.
Ações em Campina Grande
Em Campina Grande, foi definido que será criada uma área específica para atendimento acompanhado de gestantes de fetos com diagnóstico de microcefalia, dentro do Hospital Municipal Dom Pedro I. A área vai contar com profissionais de psicologia, enfermagem, obstetrícia e pediatria para acompanhar os casos diagnosticados na ultrassonografia.
O anúncio das medidas, feito pelo prefeito Romero Rodrigues na semana passada destacou que será realizado um mutirão de atendimento a gestantes a partir de 16 semanas de gravidez com realização de exames de ultrassonografia especializada e coleta do líquido amniótico das grávidas. De acordo com ele, o acompanhamento será feito desde a gestação até o nascimento.
Esta semana, as ações de intensificação no combate ao mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão do Zika vírus, doença relacionada com os casos de microcefalia foram iniciadas.
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