VIDA URBANA
PB tem mais de 8,7 mil presos
Levantamento aponta a Paraíba como o segundo estado do Nordeste com a maior taxa de população carcerária e a 16ª do país.
Publicado em 28/12/2012 às 6:00
A Paraíba possui a segunda maior taxa de ocupação carcerária do Nordeste. O Estado possui 3.766.528 habitantes, sendo que 8.756 são presos. Os números indicam que há 232,45 presidiários para cada grupo de 100 mil moradores. A taxa só é menor que a apresentada por Pernambuco, onde a taxa é de 309,15.
As informações fazem parte da pesquisa “Sistema Penitenciário Brasileiro”, divulgada ontem pelo Instituto Avante Brasil, uma entidade sem fins lucrativos que realiza estudos ligados à violência. De acordo com o documento, a quantidade de presos paraibanos é a quarta maior do Nordeste e é superior ao encontrado no Rio Grande do Norte (6.611), Maranhão (5.263), Alagoas (4.333), Sergipe (3.756) e Piauí (3.302). No ranking nacional, o total de ocupantes de celas paraibanas é o 16º maior do país.
Ainda segundo o estudo, a população carcerária nacional cresceu em 511% nos últimos 23 anos. A quantidade de presos saltou de 90 mil indivíduos, em 1990, para 549.577 em 2012.
Os dados ainda indicam que a ocupação nas celas aumentou de forma gradativa entre os anos de 1990 a 2012 e superou até mesmo o crescimento da população brasileira. Enquanto a taxa carcerária aumentou em 511% em 23 anos, no mesmo período, a quantidade de habitantes do Brasil aumentou em 30%. Em 1990, o país possuía 146.592.579 moradores e, em 2010, esse número cresceu para 190.755.799.
De acordo com professor Luiz Flávio Gomes, diretor presidente do Instituto Avante Brasil, a principal razão para o aumento da população carcerária é a ausência de políticas de prevenção de práticas de delitos. Ele observa que não basta apenas prender os criminosos. É preciso criar mecanismos para evitar que o cidadão comum chegue ao extremo de descumprir a lei.
“No Brasil, não há política de prevenção de crimes, apenas de prender. A gente observa que os juízes estão mandando para a prisão até os praticantes de crimes leves, para ficarem lado a lado com pessoas que praticaram delitos graves”, comenta.
“É preciso investir mais em prevenção e menos em prisões. Em Nova Iorque, por exemplo, houve um investimento em prevenção da violência. Como consequência, ocorreu uma redução no número de prisões e também na prática de crimes, mostrando que esse caminho é o mais viável”, observa.
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