VIDA URBANA
Pesquisa aponta que capital paraibana só trata 49% do esgoto produzido
Trata Brasil diz que João Pessoa é 64ª entre as 100 maiores cidades do país nos serviços de água e esgoto. Campina é uma das melhores.
Publicado em 29/04/2015 às 6:00 | Atualizado em 14/02/2024 às 12:29
De 10 litros de esgoto produzido pelos domicílios de João Pessoa, apenas cinco são tratados e devolvidos aos mananciais enquanto a outra metade fica em fossas ou é despejada nas galerias pluviais ou bueiros. De lá, esses efluentes têm como destino os mares e os rios. Essa é a conclusão do Ranking do Saneamento nas 100 Maiores Cidades, estudo do Instituto Trata Brasil e divulgado ontem que tem como objetivo observar os avanços dos serviços de água, coleta e tratamento de esgoto no país.
De acordo com a pesquisa, que tem como base dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades, apenas 49,03% do esgoto produzido na cidade é coletado e tratado. Com isso, João Pessoa está situada na 64ª posição entre as 100 maiores cidades do país nos quesitos abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto. Os dados utilizados para a pesquisa referem-se ao ano de 2013, os mais recentes, de acordo com o Ministério das Cidades.
Segundo o presidente do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, com essa colocação observa-se que João Pessoa não tem avançado no ranking quando comparados os últimos anos. “E a culpa disso é o volume de esgoto tratado, que ainda chegou a menos da metade da cidade. João Pessoa não está diferente de todo o país, pois a realidade nacional é de em média 39% da população com coleta”, explicou. “Essa colocação é ruim e demonstra que a capital precisa evoluir, pois esses esgotos são fontes de doenças potenciais”, avaliou.
O presidente do Instituto Data Brasil detalhou ainda que a previsão do Plano Nacional de Saneamento é de que, até 2033, todas as cidades tenham 100% de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, contudo, se continuar com o ritmo de crescimento observado nos últimos anos, João Pessoa precisaria de pelo menos 50 anos para alcançar esse índice. “Em 2010 João Pessoa apresentava 45,06% de cobertura e em 2013 tinha 49,03, só 3,97% de crescimento. Não foi nem uma média de 1% ao ano, porque, à medida que a cidade cresce, também aumenta esse déficit”, comentou. Para a universalização, em 2013 era necessário que pelo menos 98.078 novas ligações de esgoto fossem realizadas em João Pessoa.
CAMPINA GRANDE
A cidade ocupa a 18ª posição no ranking entre as 20 melhores cidades brasileiras no tratamento de esgoto. De acordo com o SNIS, em 2013 Campina confirmou que 73,7% da produção de esgoto do município é tratada. Ancorada a partir da segunda maior lagoa de estabilização do Brasil que envolve coleta, transporte e tratamento, esse resultado coloca a cidade como a primeira do Nordeste nesse quesito, e duas vezes acima da média nacional no tratamento de esgoto, que é de 39%. Apesar do índice positivo, Campina ainda necessita que sejam realizadas 37.449 novas ligações de esgoto para atingir a universalização do serviço.
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