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VIDA URBANA

Técnica com cortina de plástico e seres vivos do ecossistema pode recuperar Rio Gramame

Para pesquisadora, impacto ambiental causado por soda cáustica derramada no rio é de efeito temporário.

Publicado em 17/02/2018 às 7:00 | Atualizado em 17/02/2018 às 12:45


                                        
                                            Técnica com cortina de plástico e seres vivos do ecossistema pode recuperar Rio Gramame

				
					Técnica com cortina de plástico e seres vivos do ecossistema pode recuperar Rio Gramame
Foto: Aragão/TV Cabo Branco.

Uma técnica de recuperação do ecossistema através dos próprios seres vivos que vivem nele é apontada por uma especialista como uma possível solução para os danos causados ao Rio Gramame pelo vazamento de soda cáustica (hidróxido de sódio) em suas águas há uma semana. De acordo com a pesquisadora na área de Sistematologia e Ecologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Cristina Crispim, os próprios 'habitantes' do rio podem ser utilizados para remover a contaminação do ambiente, acelerando o processo de recuperação. A técnica utiliza apenas uma cortina de plástico e não é necessário utilizar nenhum complemento químico.

Cerca de 40 mil litros de soda cáustica vazaram no rio no dia 9, a sexta-feira antes do Carnaval. Segundo a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec) da prefeitura da capital, o vazamento surgiu na Estação de Tratamento da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), localizada na cidade do Conde. O órgão garante que a água do rio está nos padrões permitidos para o uso humano e animal desde o dia 10, que está monitorando o quadro e que testes mostraram que o pH da água está em 6,8, dentro dos padrões permitidos que podem variar de 6 a 9,5. Pescadores da região, no entanto, reclamam que os peixes estão morrendo e não há condições de pesca no rio desde o incidente. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público Federal.

Para a pesquisadora Cristina Crispim, no entanto, o rio ainda tem salvação. Ela explica que o impacto ambiental causado pelo produto químico é apenas de efeito temporário. "A água passa, ainda mais nesse período que está chovendo, o rio vai diluir o material", afirma. "O que preocupa são os efeitos que vão ficar e durar mais tempo. Os peixes morreram e não foram retirados como deveria, eles vão decompor e começar a liberar nutrientes que podem ocasionar um efeito a curto prazo", alerta.

Peixes mortos aumentam o problema

A mortandade de peixes, além de ser sinal dos danos, pode gerar mais problemas ambientais que ameaçam o ecossistema e a saúde humana por conta da presença de substâncias químicas. "O que vai acontecer é que a grande quantidade de nutrientes na água, devido à decomposição dos peixes, pode ocasionar o nascimento de plantas aquáticas", explica. Ainda de acordo com Cristina Crispim, é possível restaurar um rio rico em nutrientes utilizando a própria biótica, um conjunto de todos organismos vivos em um ecossistema. "Nós fizemos esse trabalho no Rio do Cabelo, no bairro de Mangabeira, usando a própria biótica presente, como plantas e microorganismos, para fazer essa recuperação", destaca.

O processo que a pesquisadora juntamente com o grupo de pesquisa do Laboratório de Ecologia Aquática da UFPB pretendem fazer, é o de 'Biorremediação', que utiliza os próprios seres vivos do rio para remover a contaminação do ambiente. "O objetivo é que esse processo ajude o rio na auto depuração. Ele sozinho já consegue se melhorar por ele mesmo, nós vamos auxiliar para que ele aumente o grupo de organismos para que essa tarefa seja feita em curto prazo".

Segundo Cristina Crispim, tudo isso é feito com o uso apenas de uma cortina plástica e sem química. "Nós temos o conhecimento, se os órgãos competentes auxiliarem na compra dos materiais, o processo seria bem mais rápido e os pescadores e moradores da comunidade ribeirinha não sofreriam por tanto tempo", afirma. "Deu certo no Rio do Cabelo, tenho certeza que também dará no Gramame", conclui.

MPF entrou no caso e aguarda laudo do Ibama

De acordo com o procurador da República, José Godoy, informou na quinta-feira (15), o Ministério Público Federal (MPF) solicitou desde o dia 10 que Ibama, Sudema e Polícia Federal (PF) realizassem perícias no local e apresentassem ao órgão.

A PF informou que a investigação ainda está no início e que, por isso, não vai se posicionar a respeito do assunto. A TV Cabo Branco, no entanto, esteve no Rio Gramame na sexta-feira (16) e presenciou uma equipe da PF realizando procedimentos no rio, mas eles não quiseram dar entrevista.


				
					Técnica com cortina de plástico e seres vivos do ecossistema pode recuperar Rio Gramame
Aragão/TV Cabo Branco.

Já a Sudema divulgou em nota que vem acompanhando a situação do rio, realizando um trabalho da qualidade da água, como também fazendo um levantamento dos impactos ambientais ocasionados pelo ocorrido. Ainda de acordo com a nota divulgada pelo órgão, o relatório está em fase de conclusão e será encaminhado para o MPF.

O Ibama não se posicionou sobre o assunto até a sexta-feira (16).

Petição online

Um grupo de entidades que pedem #SalveoGramame iniciou uma petição online para que a população se posicione e garanta a abertura de uma Ação Civil Pública promovica pelo MPF e cobrando ressarcimento para os afetados e punição para os responsáveis.

Imagem

Joana Rosa

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