PIB da PB cresce acima da média, mas mantém baixo índice per capita

Jocélio Oliveira

O Produtor Interno Bruto da Paraíba cresceu 5,5% em 2008 e com isso o Estado superou o Rio Grande do Norte, subindo para 5ª posição entre as economias do Nordeste, com o terceiro maior crescimento regional. O resultado da pesquisa “A Paraíba no contexto nacional, regional e interno” foi divulgado nesta quarta-feira (17) pelo Instituto Desenvolvimento Municipal e Estadual (Ideme) em parceria com IBGE.

Segundo o estudo, no ano de 2007 a soma das riquezas produzidas no Estado atingiu R$ 22.202 bilhões e esse ano subiu para R$ 25.697 bilhões. O crescimento acompanhou a média da região Nordeste que também foi de 5,5%, ficando a frente do Rio Grande do Norte (25.481bi), Sergipe (19.552 bi), Alagoas (19.477 bi) e do Piauí (16.761 bi). O PIB paraibano ainda superou o crescimento nacional que foi de 5,2%.

Entre os setores da economia, o que mais cresceu foi a agropecuária, que partiu de -10,3% em 2007, para 9,1% em 2008, no entanto, nesse ano o setor representou apenas 6,1% do PIB. A área que mais contribui para o crescimento paraibano é a de serviços, com 72,4% da participação na economia, dentro disso, o destaque é para administração, saúde e educação públicas, que respondem por 30,6% da riqueza gerada no Estado.

Mas em termos de PIB per capita, que é a divisão da produção pela população, o que representa produtividade média de cada paraibano, ou a riqueza que cada um é capaz de produzir em um ano, a Paraíba tem o 4° pior resultado do país, perdendo inclusive para o estado vizinho, Rio Grande do Norte. Nosso PIB per capita é de R$ 6.866 por habitante, enquanto que os potiguares tem R$ 8.203.

Para o professor de economia da UFPB, Inácio Tavares de Araújo Júnior, “isso tem a ver com o perfil educacional da população e também com o perfil da economia, que não é tecnologicamente avançada”. O professor explicou que a baixa qualificação dos trabalhadores paraibanos e também diminui o valor do seu trabalho, e que o baixo índice de tecnologia aplicada nas industrias também diminui o valor do seu produto, o que influi diretamente nessa balança.

Já para o representante do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) na Paraíba, Constantino Cronemberger Mendes, o crescimento do Estado no mesmo nível do que acontece na região, causa uma situação de estabilidade. Assim, o Estado não consegue posições melhores nos ranking de indicadores econômicos, já que os vizinhos também acompanham esse avanço. “Dessa forma, há pelo menos 13 anos, desde 1995, esse estudos vem apontando a Paraíba representando apenas 0,8% do PIB nacional”, concluiu.

Constantino explicou ainda, que para sair dessa condição, é necessário que haja um esforço na qualificação da mão de obra, nos investimentos estruturantes e principalmente na diversificação da economia. Ele disse que pretende apresentar os dados a equipe de transição do novo governo, como uma forma de contribuir com o planejamento das ações para o Estado “temos que tornar isso um debate importante para discutir projetos a longo prazo”, conclui.