Policial pode ter problemas graves de saúde

Para o psiquiatra Aroldo de Sousa Rique, que atuou no atendimento de PMs na Paraíba, o policial que trabalha sem fazer o devido descanso corre o risco maior de apresentar graves problemas físicos e emocionais. Ele explica que a tensão provocada pela profissão dá origem a doenças sérias, como hipertensão, diabetes, cardiopatias e até depressão.

“Não é à toa que pesquisas já constataram que o trabalho do policial está entre os mais nocivos para a saúde do mundo. É uma função que lida com a tensão diariamente, com nervosismo, com o risco de morte, o que pode levar até mesmo a um infarto”, analisa.

“Se não tiver descanso, a situação se complica. Avalie a situação de um indivíduo que sai de casa todos os dias para combater o crime. Ele sabe que pode matar ou morrer. Por causa dessa tensão nervosa, o policial tem mais possibilidade de apresentar depressão, crises de pânico, nível alto de estresse, acidente vascular cerebral e infarto”, completa.

Na Paraíba, a assistência aos policiais que apresentam problemas de saúde é oferecida pelo Hospital Edson Ramalho, que funciona no bairro 13 de Maio. No local, os militares encontram atendimento psicológico e médico. No entanto, a unidade de saúde não é exclusiva para a tropa. E isso, na opinião do coronel Francisco de Assis, é uma dificuldade para a qualidade no serviço. “Os profissionais do Edson Ramalho são competentes, mas o hospital precisa atender a população que não é militar e, por isso, fica sem condições de atender à demanda de militares com maior qualidade”, afirma o coronel Francisco de Assis.