População cresce mais de 100% em alguns bairros de João Pessoa

Nos últimos 10 anos, a população de João Pessoa cresceu 21%, mas em alguns bairros esse crescimento superou os 100%. Nos bairros mais novos da região Sul, como Costa do Sol, Gramame e Mumbaba, a quantidade de moradores aumentou mais de dez vezes. Enquanto isso, bairros mais antigos e tradicionais, como Centro e Torre, por exemplo, tiveram um decréscimo de sua população, entre os anos de 2000 e 2010. Essas informações fazem parte dos dados consolidados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na semana passada.

O Jardim Cidade Universitária, na região Sudeste da cidade, foi um dos que apresentaram grande crescimento nesse período. O bairro ganhou mais de dez mil moradores nos últimos dez anos, aumentando sua população em 92%. O Costa do Sol e o Mumbaba apresentaram mais de 1.000% no crescimento da população. O bairro de Gramame apresentou quase 300% de aumento de moradores e o Portal do Sol mais que dobrou sua população.

A secretária de Planejamento de João Pessoa, Estelizabel Bezerra, afirma que o crescimento desses bairros da região Sul se deve aos programas de habitação da Prefeitura, onde estão sendo construídos os conjuntos habitacionais. “Esses bairros têm crescido de forma organizada, com escolas, unidades básicas de saúde da família e praças”, afirmou a secretária.

Esses novos bairros, inclusive, podem estar sendo os responsáveis pela diminuição da população de bairros centrais.

“Temos uma análise embrionária dessa diminuição do número de moradores nos bairros centrais e especulamos que esses bairros concentram mais comércio e serviços e não são atraentes para morar. Essa população está optando por bairros novos de outras áreas”, destacou a arquiteta e urbanista Ana Negrão, professora do Unipê.

O Centro, por exemplo, perdeu 1.354 moradores, o Varadouro perdeu 401, Varjão e Torre têm agora dois mil moradores a menos, cada um. “João Pessoa está se comportando como as grandes cidades, onde há evasão de moradores da região central”, afirmou Estelizabel Bezerra. Segundo ela, esses bairros antigos abrigam moradores mais idosos e tradicionais.