VIDA URBANA
População de João Pessoa demora mais tempo no trânsito
Tempo médio de deslocamento do pessoense no trânsito duplicou nos últimos seis anos, segundo levantamento da STTrans.
Publicado em 04/06/2011 às 10:05
Da Redação
Com Juliana Lichacovski, do Jornal da Paraíba
O tempo médio de deslocamento do pessoense no trânsito duplicou nos últimos seis anos, segundo levantamento da Superintendência de Transporte e Trânsito de João Pessoa (STTrans). Esse aumento está diretamente ligado à ampliação da frota de veículos na capital paraibana, que cresceu 61% em 6 anos. Este ano, a frota de João Pessoa alcançou os 221 mil veículos. Em 2005, ela era composta por 137 mil veículos. De acordo com o órgão, atualmente, os pessoenses enfrentam oito pontos críticos de congestionamento na cidade. Quatro deles passarão por intervenções no próximo ano.
Em 2005, segundo o superintendente-adjunto da STTrans, Paulo Freire, o cidadão levava cerca de 15 minutos em média para sair de um bairro e chegar a qualquer outro destino de João Pessoa. Agora, destaca ele, o tempo médio de deslocamento é de 30 minutos. “Esse tempo é médio para quem se desloca de automóvel e, mesmo assim, aquelas pessoas que moram em bairros como Valentina de Figueiredo e outros mais distantes, podem levar mais que 30 minutos”, disse.
Ele destacou ainda que quando se fala de deslocamento de ônibus, o tempo é ainda maior. As linhas 106 e 202 do Geisel, por exemplo, antes tinham um percurso estimado em 60 minutos. Seis anos depois, esse mesmo percurso hoje só pode ser concluído com um acréscimo de 26 minutos. “Essas linhas hoje só completam o percurso com 86 minutos e acabam, é claro, realizando menos viagens ao dia”, observa Freire, explicando os atrasos e as lotações nos ônibus.
A situação, segundo o superintendente da STTrans, Nilton Pereira, pode ter como motivos os incentivos do governo federal entre os anos de 2007 e 2009 para a compra de veículos novos. “A redução do Imposto sobre Produto Importado, o famoso IPI, foi o principal responsável pela lotação em nossas vias. Todos os dias, são 110 carros novos nas vias de João Pessoa”, assegura o dirigente, destacando que as ruas da cidade não possuem condições de suportar a demanda de veículos existente hoje.
Dados da STTrans apontam oito pontos críticos na cidade: 1) a avenida Epitácio Pessoa; 2) parte da avenida Expedicionários; 3) avenida José Américo de Almeida, na altura da rotatória para o bairro do Altiplano; 4) a avenida Bento da Gama; 5) avenida Dom Pedro II; 6) o corredor Tancredo Neves, nas proximidades do Shopping Manaíra até o cruzamento com a avenida Esperança; 7) a travessia do Geisel para o bairro do Cristo; e 8) o viaduto da Empasa, em frente ao Centro Administrativo Municipal, em Água Fria.
Para o funcionário público Abílio Muniz, que mora no bairro do Valentina de Figueiredo, a solução está no sistema de rodízio. “Antes eu demorava 20 minutos para sair do Valentina e chegar no Centro. Hoje levo 40. Acho que a melhor saída é o sistema de rodízio. Tem muito carro na rua”, disse. Para o taxista João Isidro, que trabalha há 21 anos como motorista em João Pessoa, as autoridades devem intervir com obras. “Em frente à Prefeitura de João Pessoa está terrível. Moro no Cristo e tenho que evitar aquele trecho todos os dias. Nossos dirigentes têm de ver isso e tentar melhorar nossos acessos”, desabafou.
Este ano a frota de João Pessoa alcançou os 221 mil veículos. Em 2005, ela era composta por 137 mil veículos e, em 1999, não chegava nem a 100 mil. No entanto, as vias são praticamente as mesmas, com algumas exceções, como a avenida Dom Pedro II, que foi duplicada durante esse tempo. Em 2005, com uma frota de 137 mil veículos, os engarrafamentos só eram encontrados nos corredores da Epitácio Pessoa e de Cruz das Armas. Agora, todos os corredores da cidade apresentam focos de congestionamento e quatro estão em situação crítica: Cruz das Armas, Epitácio Pessoa, Pedro II e 2 de Fevereiro. Todos eles, segundo o superintendente da STTrans, Nilton Pereira, passarão por intervenções através do PAC da Mobilidade. Serão investidos cerca de R$ 280 milhões no aglomerado de João Pessoa.
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