Prefeitura de João Pessoa vai reurbanizar a Comunidade do 'S'

Ruas de barro, esgoto a céu aberto, ratazanas invadindo as casas, residências às margens dos trilhos são apenas um pequeno exemplo da falta de infraestrutura vivenciada por quem mora na localidade conhecida como Comunidade do 'S', em João Pessoa. Para modificar essa realidade, a Prefeitura de João Pessoa (PMJP) possui um programa de habitação que deverá investir mais de R$ 35 milhões para construção de moradias na região. Isso, contudo, divide a opinião de moradores, que ainda relutam à possibilidade de sair do local.

De acordo com o secretário adjunto da Secretaria Municipal de Habitação (Semhab), José Mariz, deverão ser construídas 400 casas em terrenos que foram declarados pela prefeitura como de utilidade pública. Estes ficam nas proximidades de dois lagos da comunidade. Lá, um deles deverá ser aterrado para a construção do conjunto habitacional, que deverá acolher moradores da própria comunidade. “As famílias continuarão em suas casas até o projeto ficar pronto e, quando isso acontecer, irão para essa localidade, que é distante apenas cerca de 50 metros das suas residências”, afirmou.

Segundo Mariz, o projeto já está pronto, aprovado e deverá custar R$ 35 milhões. Para a realização das obras, inclusive, os terrenos em que serão construídas as moradias foram declarados patrimônio da União no último semanário oficial da Prefeitura. O entrave para o início das obras é a espera pela liberação da licitação por parte do governo federal, motivo pelo qual ainda é impossível precisar quando deverão se iniciar as obras, segundo o secretário adjunto da Semhab.

Ele revelou que, ao serem relocadas as famílias, as casas serão demolidas para a construção de equipamentos que ainda inexistam no local. “Construiremos o que falta: creche, escola, posto de saúde, praça com equipamentos de ginástica, quadra poliesportiva. Na beira do mangue, faremos a recuperação ambiental. Além disso, construiremos um galpão para reciclagem”, detalhou. Os apartamentos terão cerca de 44 m².

Conforme Mariz, 90% das famílias da Comunidade do 'S' vivem há mais de 50 anos em cima de um emissário de esgotos da Cagepa, que envia dejetos para o rio Sanhauá.