VIDA URBANA
Prefeituras da PB recebem verbas, mas não constroem UPAs
Levantamento revela que das 27 unidades criadas no Estado, 10 funcionam e outras 17, em 14 cidades, ainda estão em obras. Administrações receberam R$ 13,2 mi.
Publicado em 07/05/2015 às 6:00 | Atualizado em 09/02/2024 às 17:35
Projetadas para prestar serviço de urgência e emergência no atendimento à saúde pública, várias Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Paraíba poderiam estar em pleno funcionamento ampliando a assistência do Serviço Único de Saúde (SUS) à população no Estado, mas o cenário não é esse. Isso porque 14 prefeituras paraibanas já receberam R$ 13,2 milhões ao longo dos últimos três anos, e mesmo assim não conseguiram colocar em funcionamento as unidades de atendimento.
De acordo com o levantamento apresentado pela Coordenação Geral de Urgência e Emergência da Secretaria de Assistência à Saúde da Paraíba (SAS), das 27 UPAs criadas no Estado, somente 10 estão em funcionamento, as outras 17, distribuídas em 14 cidades, continuam em obras limitando o acesso ao SUS. Os municípios que enfrentam esse problema são: Bananeiras, Bayeux, Campina Grande, Conde, Cuité, Esperança, Ingá, Itabaiana, João Pessoa, Patos, Rio Tinto, Sapé, Serra Branca e Sousa.
Ainda segundo a SAS os motivos dos atrasos são vários, como: fundação, revestimento e acabamento, regulação do terreno, falta de pagamento, entre outros.
E a demora na finalização dos serviços é longa. Em Campina Grande, por exemplo, a segunda UPA da cidade que está sendo construída no bairro do Dinamérica está em obra desde o final de 2012, mas até o momento ainda não foi finalizada. Mesmo com o valor total do empreendimento orçado em R$ 2 milhões e o prazo de conclusão ser de dez meses, o município já recebeu R$ 1,8 milhão de repasse do Ministério da Saúde, mas os trabalhos no local estão parados.
Segundo explicou André Agra, secretário de Obras do município, o projeto da UPA do Dinamérica consta com vários erros de engenharia no que d iz respeito a instalação da rede de oxigênio e de ar condicionado, por isso passou tanto tempo com os trabalhos suspensos uma vez que a cada modificação era necessário remeter ao Ministério da Saúde novos documentos com as modificações. Ele ainda afirmou que o local foi constantemente alvo de vândalos, além de ter enfrentado problemas pela instalação de barracas de fogos de artifício no local.
“Nós tivemos que fazer várias adequações porque esse projeto tem graves erros em sua estrutura física. A cada replanejamento que fizemos, retemos as mudanças ao Ministério da Saúde e isso sempre leva tempo para tudo ser analisado. Avançamos nos últimos meses, estamos com cerca de 70% da obra pronta e vamos esperar o restante dos recursos para finalizar”, disse André Agra se referindo aos R$ 200 mil que faz parte do saldo devedor para a conclusão da obra. Sobre o prazo de conclusão do projeto ele não projetou um período.
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