VIDA URBANA
Problemas em obras de JP
Fiscalização apontou 21 obras que apresentam risco à população, e três meses depois nenhum trabalho de reparo foi feito nas estruturas.
Publicado em 26/02/2013 às 6:00
Quase três meses após as inspeções do Sindicato Nacional da Arquitetura e Engenharia, seccional Paraíba (Sinaenco-PB), que identificou sérios problemas em 21 obras, das 50 vistoriadas no Estado, viadutos, passarelas, pontes e marquises instaladas em João Pessoa e Bayeux, região Metropolitana da capital, continuam em condições precárias oferecendo riscos à população.
Mesmo com o alerta do Sinaenco-PB sobre as estruturas de concreto que ameaçam cair nas duas cidades citadas, os reparos ainda não começaram. Conforme anunciado pelo sindicato após a vistoria, se os serviços de reforma e recuperação não fossem iniciados com urgência, o risco das estruturas causarem acidentes entre a população seria iminente.
A dona de casa Iracema dos Santos, que mora em Santa Rita, costuma ir a Bayeux com frequência e, por questões financeiras, faz o deslocamento de um município a outro por trem e precisa passar pelo viaduto construído sobre do rio Sanhauá. “Essa é a única área de acesso para pedestre, pois se formos para o outro lado da rua o perigo é grande de ser atingida pelos veículos, então é o jeito passar pelo viaduto. Morro de medo de cair, porque com o guarda-corpos quebrado em alguns locais o risco é ainda maior”, relatou.
A preocupação de sofrer algum acidente passando por baixo de marquises em estado de corrosão também abrange os pessoenses, como o chaveiro José de Arimatéia. “Por João Pessoa ser uma cidade antiga e ter vários prédios históricos, muitos deles não passam por manutenção e acabam oferecendo risco para todos. O ideal é evitar passar por perto desses prédios”, disse.
Conforme a legislação do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado, a reforma das marquises dos prédios da cidade antiga de João Pessoa são de responsabilidade dos proprietários, sejam eles particulares ou do Estado.
A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA tentou um contato com o secretário de Infraestrutura de Bayeux, Fernando Tavares, no entanto não conseguiu.
Para o vice presidente do Sinaenco-PB, José Francisco, o retardo no início das reformas faz com que o risco para a população aumente, pois apesar do desgaste das estruturas ser um processo lento, ele é constante e que se agrava a cada dia.
ESTÁDIO E RODOVIÁRIA
A inspeção ainda foi realizada no Terminal Rodoviário de João Pessoa, no Varadouro, e no Estádio Ministro José Américo de Almeida (O Almeidão), localizado no bairro Cristo Redentor, onde foram detectados vários problemas, como rachaduras, fissuras e armações de ferro e aço expostas que comprometiam a estrutura do local. No entanto, o governador Ricardo Coutinho autorizou, no primeiro dia deste mês, por meio da assinatura da ordem de serviço, o início das obras de reforma e ampliação do estádio.
Para a recuperação estrutural do estádio e do seu entorno, que inclui reformas hidráulicas e elétricas, reparos nas infiltrações, renovação dos banheiros e pavimentação do estacionamento serão investidos R$ 17.054.809,60.
Por outro lado, a reforma na rodoviária, que deveria ser modernizada através de uma parceria firmada com a iniciativa privada, anunciada pelo secretário de Estado de Infraestrutura, Efraim Morais, logo após a identificação dos problemas, ainda não foi iniciada. De acordo com o diretor de obras do Departamento de Estradas de Rodagem da Paraíba (DER), que será o responsável pela reforma da rodoviária, Hélio da Cunha Lima, as obras ainda não começaram porque o projeto da intervenção ainda não chegou ao órgão.
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