VIDA URBANA
Professores da UEPB fazem nova assembleia para discutir greve
Categoria volta a se reunir na próxima terça-feira (10) para decidir se a paralisação será mantida. Governo encaminhou um documento garantindo pagar duodécimos atrasados.
Publicado em 07/05/2011 às 19:25
Do Jornal da Paraíba
Os professores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) decidiram manter a paralisação das aulas por tempo indeterminado enquanto analisam o documento encaminhado na sexta-feira (6) pelo governador Ricardo Coutinho (PSB). O termo de compromisso reafirma a autonomia da instituição e garante o repasse dos valores do duodécimo que não foram pagos no ano passado. Seu envio foi uma exigência feita pela categoria na última quinta-feira (5) quando a greve foi deflagrada. Professores decidem na terça-feira (10), em nova assembleia, se a paralisação será mantida.
Os funcionários da universidade também continuam em greve pelo menos até a próxima segunda-feira, data em que está marcada uma nova assembleia da categoria.
A reitora da UEPB, Marlene Alves, fez um apelo para que as duas categorias em greve antecipem as assembleias para não atrasar ainda mais o calendário da instituição. “Apelo para que os sindicatos convoquem nova assembleia o quanto antes, porque o motivo da greve não existe mais. Era exigido um documento do governador e o pedido foi atendido” afirma a reitora, que queria a realização de assembleia neste sábado (7).
Marlene Alves avalia que o termo de compromisso apresentado pelo governo contempla as necessidades da instituição ao garantir a reposição das verbas do duodécimo. “O governo reconhece a não existência do repasse no ano passado e garante que vai pagar. Esse compromisso muda a base financeira e repõe as verbas. O projeto que temos para a universidade só sobrevive com um suporte financeiro que dê guarita a esse projeto. O repasse garante que nossas ações sejam preservadas, é a vida da universidade”, opina.
De acordo com dados da UEPB, no ano passado cerca R$ 40 milhões não foram repassados pelo governo estadual. A greve dos funcionários e professores não está discutindo questões salariais, já que a negociação é feita diretamente com a reitoria devido à autonomia administrativa da instituição.
Comissão
O comando da greve dos professores da UEPB formou uma comissão com 30 representantes da categoria para avaliar o documento encaminhado pelo governador e repassado pela reitora Marlene Alves. Segundo a associação dos docentes da instituição (Aduepb), todos os departamentos estão representados na comissão.
Para o professor Cristóvão Andrade, presidente da Aduepb, os professores também estão preocupados com os prejuízos causados aos alunos com o atraso do calendário escolar. Ele afirma, contudo, que para solucionar o problema “é preciso que o governo tome medidas”. Andrade afirmou que a categoria está recebendo o apoio dos alunos por meio do Diretório Central dos Estudantes (DCE).
A análise do documento encaminhado pelo governo foi uma exigência apenas dos professores, já que o sindicato dos funcionários da instituição (Sintespb) não exigiu o envio do documento. “O sindicato respeita e acredita na palavra da reitora. Tivemos uma audiência muito boa na quinta-feira com ela, estamos com assembleia marcada para segunda-feira e acredito que tenha 95% de chance da gente voltar às atividades. A greve era um pedido de respeito à lei de autonomia e o governador disse que vai respeitar”, disse Severino dos Ramos, presidente do Sintespb/UEPB.
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