Roubos de carros aumentam e chegam a 60 por mês na Paraíba

Na madrugada do último sábado, amigos festejavam um aniversário em um sítio da cidade de Araruna, Agreste paraibano, quando foram surpreendidos por dois homens armados, que roubaram um veículo da marca Gol de uma das pessoas presentes. Já ontem, por volta das 16h, a professora Juliana Azevedo (nome fictício) estacionou seu carro, um Corsa de cor bege, em frente a um supermercado do bairro em que mora, no Jardim Paulistano, em Campina Grande, e quando voltou, foi surpreendida em perceber que seu automóvel havia sido furtado. Casos como esses acontecem diariamente e têm aumentado as estatísticas de roubos e furtos de veículos na Paraíba.

Segundo dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas (Sinesp), em quatro anos, de 2011 a 2014, foram roubados ou furtados 2.890 veículos no Estado, o que corresponde a uma média de dois carros por dia. A maior parte das ocorrências está relacionada a roubos, que somam 1.897 do total de casos. De 2013 para o ano passado, o número de veículos roubados passou de 660 para 1.069, um aumento de 61,9%. O sistema ainda não disponibiliza dados relativos a este ano, mas é possível notar, pelos casos citados, que os roubos não têm diminuído.

Apesar da alta no índice de roubo e furto de veículos registrados na Paraíba, o estado ainda ocupa uma boa posição quando comparado aos demais estados do Nordeste, ficando em último lugar no ranking desse tipo de ocorrência. Somente o vizinho Pernambuco totaliza em um ano quatro vezes mais o total de casos que ocorreram na Paraíba durante esse período. De acordo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PB), de 2011 até o ano passado, a frota de veículos na Paraíba aumentou 29,9%, passando de 805.055 para 1.046.484 automóveis.

Para o delegado Nélio Carneiro, titular da Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículos (DRFV), a concentração de estabelecimentos comerciais e do ramo de serviços são elementos que potencializam a prática criminosa. “Onde existe grande circulação de pessoas e de veículos existe aumento da criminalidade. Campina Grande e João Pessoa, por exemplo, por terem maior número de pessoas, têm um conjunto de atrações ainda mais forte que os municípios menores. Mesmo assim, as ocorrências ficam muito abaixo das de outros Estados”, defendeu o delegado.

As áreas da capital paraibana mais afetadas com a ação dos bandidos que cometem esse tipo de crime, conforme Nélio Carneiro, são os bairros de Mangabeira e Bancários. Já em Campina Grande, lideram os bairros da Liberdade e Jardim Paulistano.