VIDA URBANA
Sedurb já fez 110 apreensões de produtos vendidos nas ruas de JP
Levantamento da Sedurb mostra que só neste semestre já foram realizadas mais apreensões do que o total de ações de todo o ano passado.
Publicado em 23/07/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 14:35
A comercialização de produtos em locais proibidos, como ruas e calçadas, já rendeu 110 apreensões somente este ano, em João Pessoa. Os números ultrapassam o total das ações realizadas em todo o ano passado, quando contabilizou 105 apreensões.
Os dados são de um levantamento feito pela Secretaria de Desenvolvimento e Controle Urbano (Sedurb) de João Pessoa, responsável por zelar o espaço público da capital. O Parque Solon de Lucena é a área mais problemática, segundo o órgão.
Segundo o levantamento, os meses de fevereiro e maio, foram os detentores do maior número de apreensões deste ano, com 29 e 25 no total, respectivamente. Já o mês de janeiro registrou o menor quantitativo, com apenas cinco apreensões. O recolhimento dos materiais vai desde acessórios, como bolsas e cintos, camisas, sombrinhas, até carros de açaí e frutas.
O ambulante André da Silva, 32 anos, tem essa atividade desde os 13 anos de idade e disse que já comercializou diversos produtos, como DVDs, CDs e canetas, entre outros, mas há algum tempo vende óculos de sol e costuma ficar circulando no Centro de João Pessoa, temendo que a mercadoria seja apreendida pelos agentes da Sedurb. “Não posso ficar parado aqui por muito tempo, senão os 'bombados' (agentes da Sedurb) levam a mercadoria. O ideal seria a criação de um grande shopping popular para que todos os ambulantes passassem a ter pontos fixos, mas que isso fosse aqui, na área central do comércio, porque em outros locais, como o do Varadouro não adianta porque não tem movimento”, opinou ao afirmar que caso a mercadoria atual fosse apreendida, o prejuízo seria de R$ 2 mil.
Por outro lado, o também ambulante Josivan Viana, 43 anos, vende camisas masculinas de malha no Parque Solon de Lucena e afirmou estar trabalhando no mesmo lugar há oito meses e prefere comercializar na rua. “Desde que comecei a vender camisas que fico aqui e nunca fui abordado pelos agentes da Sedurb. Para mim é melhor trabalhar assim, na rua, porque é na rua que o povo está. Aqui é passagem de quem vai pegar ônibus e as pessoas, mesmo sem terem a intenção de comprar, ao ver as camisas param e acabam levando”, comentou Josivan, que vende as camisas a preços populares, no valor de R$ 10,00.
O baixo preço e a comodidade são os principais atrativos para quem consome esses produtos. A dona de casa Severina dos Ramos, que costuma ir ao Centro pagar contas e resolver assuntos pessoais, sempre acaba voltando para casa com sacolas nas mãos. “Eu não tenho paciência de entrar num shopping popular desse para comprar óculos, por exemplo, então vejo os ambulantes na rua e em um rápido instante resolvo o problema”, disse.
Segundo o diretor de Divisão de Controle Urbano e de Postura da Sedurb, Rodrigo Sorrentino Martins, o setor tem trabalhado com abordagens educativas, mas muitos dos ambulantes não seguem as orientações do órgão, o que tem resultado nas apreensões.
“Inicialmente, fazemos a abordagem educativa, orientando os comerciantes informais sobre a proibição acerca da permanência fixa em um determinado local da área pública. E apesar desse processo já ser utilizado pela prefeitura, agora temos também a orientação do Ministério Público para que essas pessoas desocupem os passeios públicos, pois a população não pode transitar na rua, que é local de veículos, porque as calçadas estão obstruídas pelos ambulantes”, afirmou.
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