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VIDA URBANA

Sem-teto sofrem em abrigos improvisados na Capital

Família ocupa galpão no Distrito Mecânico, em João Pessoa, porque a casa em que morava ficava alagada no período de chuvas.

Publicado em 03/05/2009 às 8:06

Jacqueline Santos
Do Jornal da Paraíba

A dona de casa Janaína Alves Soares, de 20 anos, está ocupando um cubículo escuro, sem ventilação e cheio de goteiras, além de muitos insetos. Apesar de muito jovem, ela vive nessas condições com o marido em um galpão no Distrito Mecânico, em João Pessoa, porque a casa em que morava ficava alagada no período de chuvas. O salário do companheiro, Cristiano da Silva Fernandes, com quem vive há seis anos, é insuficiente para pagar despesas de aluguel. Por isso, não há outra saída senão esperar a interferência dos órgãos públicos.

Assim como Janaína, dezenas de outras famílias que ficam desabrigadas por conta das chuvas estão vivendo em situações precárias. “Eu morava em uma residência perto da vala, pagava aluguel e ainda enchia de água toda vez que chovia. Muitas vezes eu via até peixe nadando dentro de casa. O jeito foi vir para cá, morar nesse aperto”, lamenta. O abrigo em que a jovem reside acumula mais de dez famílias, muitas com crianças bem pequenas, que vivem em meio a insetos, além de sujeira e umidade. Os riscos de incêndio são constantes já que a fiação, que alimenta a energia elétrica dos barracos, foi improvisada por um dos moradores e fica totalmente exposta.

Num desses alojamentos funcionava um matadouro, desativado há mais de dez anos, mas são poucos que estão no local por conta de alagamento. Uma delas, Maria Aparecida Bezerra, de 41 anos, mora com mais três filhas - a menor, de pouco mais de um ano de idade, outra garota de quatro e a mais velha, de 17 anos, que está grávida, prestes a ter bebê. Além delas, tem o marido que sustenta toda a família com o trabalho de ajudante de oficina e precisa se virar com cerca de R$ 400 por mês. “Só vivo aqui porque não tem alternativa. Queria que Deus me desse uma luz”, diz, angustiada.

Os espaços são milimetricamente divididos por tábuas velhas, retiradas do lixo, e cobertas com lonas, as quais não impedem que a chuva molhe os moradores e danifique os poucos itens dentro dos pequenos barracos. No quartinho de Adriana dos Santos Soares, que tem 24 anos e dois filhos, além da família, o espaço tem que ser suficiente para guardar o fogão, duas camas, o armário e a televisão, únicos móveis adquiridos ao longo da vida.

Mas o problema não se resume apenas ao “aperto” do local. O aparecimento de insetos por todos os cantos aumenta bastante no tempo de chuva. “Tem muita aranha aqui. E não é só isso. Escorpião e ratos atormentam a vida da gente”, conta outra moradora do abrigo, Carla Cristiane Valentim, que está sem emprego e depende da ajuda de familiares para dar comida aos três filhos. Ela recebe ainda uma cesta básica, todos os meses, de uma instituição religiosa.

O coordenador técnico da Defesa Civil de João Pessoa, Alberto Sabino, disse que atualmente não existem pessoas ocupando galpões por motivo de desabamento de construções ocorrido pelas chuvas. Ele explicou que a prefeitura mantém uma Casa de Apoio para atender os desalojados, no entanto nenhuma família está no local. “Detectamos o problema e faz o encaminhamento para a Sedes para que as pessoas sejam assistidas. A secretaria integra a comissão da Defesa Civil e está responsável por fornecer o apoio logístico e financeiro”, explica.

No Distrito Mecânico, a Secretaria de Desenvolvimento Social de João Pessoa (Sedes) mantém uma casa de apoio para famílias serem encaminhadas, caso tenham as casas alagadas ou destruídas por causa das chuvas. Embora a capital tenha registrado fortes precipitações nos últimos dias, a Defesa Civil não registrou nenhuma ocorrência que necessitasse a relocação para o local mantido pela prefeitura.

Leia mais na edição deste domingo do Jornal da Paraíba

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