VIDA URBANA
Servidores da UFPB se preparam para greve
Indicativo de greve nacional foi aprovado em plenária e deve ter início em 17 de março; servidores reivindicam cumprimento de acordos.
Publicado em 11/02/2014 às 6:00 | Atualizado em 21/06/2023 às 13:13
Os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) estão acertando os detalhes para uma possível greve a partir do dia 17 de março. O indicativo de greve nacional foi aprovado em plenária realizada no último final de semana pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativo em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) e, na Paraíba, deve ser confirmado em assembleias da categoria na próxima semana.
Os servidores reivindicam que o governo federal cumpra os acordos firmados em 2012, ocasião em que os profissionais paralisaram as atividades por quase 4 meses. Conforme o presidente do Sindicato dos Servidores Técnico-Administrativos da UFPB, Severino Ramos, nos próximos dias irão ocorrer assembleias setoriais em todas as unidades e secretarias das instituições – de João Pessoa a Cajazeiras – com o objetivo de unificar o movimento e votar os rumos da greve.
“Vamos nos encaminhar pela greve sim, e por tempo indeterminado. O governo é o culpado disso tudo, porque ficamos negociando por 2 anos pendências que tinham sido acertadas na greve passada e até o momento as políticas resultantes do acordo não foram implementadas”, afirmou.
Segundo ele, entre as pautas da paralisação estão a elevação do piso salarial de R$ 1.150 para R$ 2 mil, a possibilidade de ascensão funcional por intermédio de concursos internos, a revogação da reforma previdenciária, além da isonomia salarial e de benefícios entre os servidores dos três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário. “Achamos que as necessidades dos funcionários públicos não são diferentes, até porque há uma previsão constitucional de que cargos da mesma natureza devem receber os mesmos valores”, relatou.
No caso da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a adesão dos servidores à greve nacional deve ser definida no final desta semana, quando o Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior do Estado da Paraíba (Sintespb) vai realizar uma assembleia para que seja discutido o indicativo nacional de greve.
De acordo com o diretor do (Sintespb) em Campina Grande, Maelson Alves, o sindicato vai promover uma assembleia para todos os associados na Paraíba, com o intuito de informar e discutir o que foi definido no encontro nacional. A partir desse debate, segundo ele, é que os servidores vão votar pela adesão ou não à greve nacional, que deve se iniciar no dia 17 de março.
“Vamos receber a comunicação oficial do que foi discutido em Brasília para fazermos a avaliação local e decidirmos junto às nossas bases pela adesão ou não a essa greve nacional”, informou.
DOCENTES
Inicialmente, a paralisação, que estaria prevista apenas para acontecer entre servidores técnico-administrativos, pode contar também com a adesão dos professores. Isso é o que revela o presidente do Sindicato dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba (ADUFPB), Ricardo Lucena.
“Os docentes estão desde ontem em um congresso do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), em São Luís (MA). Somente após os encaminhamentos desse evento é que poderemos dar uma resposta”, comentou. “Por enquanto, não há um indicativo, mas se houver uma definição do Andes, é possível que os docentes também participem da greve”, acrescentou.
Segundo informações do Sindicato dos Servidores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), apesar de ser tema de reuniões, a greve ainda não atingirá os funcionários e professores do órgão.
SEGUNDA GREVE
Caso a greve seja confirmada, os servidores técnico-administrativos da UFPB e UFCG irão interromper os trabalhos pela segunda vez em menos de 2 anos. Eles iniciaram o movimento no dia 11 de junho de 2012 e só voltaram ao trabalho no dia 27 de agosto do mesmo ano. A greve foi encerrada após a categoria aceitar a proposta de reajuste salarial de 15%, diluída entre 2013 até 2015. A média foi de 5% de aumento ao ano.
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