VIDA URBANA
Médicos devem paralisar atendimentos caso falte segurança em locais de trabalho
Em ofício, sindicato afirma que 'onda de violência contra os médicos vem aumentando a cada ano'.
Publicado em 05/02/2018 às 19:36
Caso não haja segurança nos locais onde estejam atuando, os médicos devem paralisar suas atividades. Essa é a orientação que vem sendo dada pelo Sindicato dos Médicos da Paraíba (Sinmed-PB), em uma campanha que, de acordo com o presidente do órgão, Adriano Sérgio Meira, visa melhorar as condições de segurança nas unidades de atendimento e demais locais de trabalho. Além disso, o órgão enviou ofícios ao Conselho Regional de Medicina (CRM-PB), à Secretaria de Saúde de João Pessoa, ao Ministério Público e ao Ministério Público do Trabalho (MPT) exigindo medidas eficazes para inibir atos de violência contra os médicos e demais profissionais de saúde.
"Infelizmente, a onda de violência contra os médicos vem aumentando a cada ano. Os casos de agressões verbais e ameaças físicas por pacientes ou acompanhantes são diárias e nenhuma providência para conter esta onda de violência vem sendo tomada pela Prefeitura. Ao contrário, a atual gestão, ao invés de fortalecer os quadros de vigilantes armados, o vem reduzindo", traz o ofício.
Segundo o presidente da Simed-PB, Adriano Sérgio, o trabalho médico é essencial e vital, mas os médicos não são culpados pelo caos na saúde. "O caos na saúde é fruto de políticas públicas inadequadas que levam a filas, a mal atendimento e precariedade no serviço", explicou o presidente do Simed-PB. "Vamos iniciar uma campanha bastante forte para que não trabalhem em ambiente sem segurança".
Até a data da publicação da matéria, o Simed-PB não recebeu nenhuma resposta dos ofícios enviados. O presidente do CRM-PB, João Medeiros, informou ao JORNAL DA PARAÍBA que o conselho será totalmente solidário ao Simed-PB. "As ações serão discutidas em reunião, mas já faz tempo que brigamos por segurança nos postos de pronto atendimento", afirmou João Medeiros.
Já o secretário de Saúde de João Pessoa, Adalberto Fulgêncio, afirmou que a segurança externa das unidades é de competência do governo estadual e todas as unidades possuem membros da Guarda Municipal. Segundo ele, o ofício ainda não tinha chegado ao seu conhecimento, e ele poderá dar mais detalhes sobre o assunto após ser notificado.
Caso de agressão
Na noite do dia 29 de janeiro, um usuário da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Oceania, no bairro de Manaíra, em João Pessoa, atacou o médico que estava de plantão. Segundo testemunhas, o homem estava nervoso e queria que a tia fosse atendida na frente dos outros pacientes. A mulher passou por um processo de triagem e, como o caso não foi considerado de gravidade, foi encaminhada para aguardar atendimento.
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