VIDA URBANA
Sistema educacional da Paraíba melhora
Índice de escolarização de crianças dos 6 aos 14 anos alcançou os 98,6% conforme pesquisa divulgada pelo IBGE.
Publicado em 30/11/2012 às 6:00
Nos últimos 5 anos, houve um crescimento do sistema educacional na Paraíba, especialmente em relação ao ensino fundamental, mas a distorção idade do estudante e série escolar ainda é alta. Os dados fazem parte da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais 2012, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o levantamento, a escolarização de crianças de 6 a 14 anos está praticamente universalizada, alcançando 98,6% em 2011, enquanto a falta de adequação série e idade atinge 9,7% dos estudantes nesta faixa. O percentual de acesso à escola da alfabetização ao 9º ano na Paraíba ficou um pouco acima da média da região Nordeste (98,1%) e foi a segunda maior entre os nove Estados da região, perdendo apenas a liderança para o Piauí, com 98,8%.
Em relação à distorção idade-série, 90,3% das crianças de 6 a 14 anos do ensino fundamental estavam na série adequada à idade, mas 9,7% apresentavam defasagem escolar, a taxa foi a terceira pior da região Nordeste. Em 2005, entre crianças de 7 a 14 anos, a distorção era de 6,4%.
Para o doutor em Educação e professor universitário Eduardo Jorge Lopes da Silva, ainda é preciso grandes avanços para o país ter uma educação de qualidade, comparável com países desenvolvidos. “O estudo do IBGE mostra que houve avanços quantitativos na educação, mas não traz dados qualitativos que mostrem a verdadeira realidade de sala de aula. O fato é que ainda vamos encontrar alunos semianalfabetos nas salas de aula em séries do ensino fundamental e até médio, além de verificar uma taxa de evasão difícil de aceitar”, argumenta. E acrescenta que “a qualidade da educação ainda está aquém do exigido em países desenvolvidos”, destacando que a prova está no alto índice de distorção série e idade do aluno.
Por outro lado, a diretora do Departamento Pedagógico da Prefeitura Municipal de João Pessoa, Aurineide Gonçalves, revela que o crescimento do ensino fundamental mostra o retorno do investimento realizado na educação. Entre as ações desenvolvidas na capital, a coordenadora destaca a construção de novos equipamentos de ensino, política de formação continuada de professores, que passaram a fazer cursos de especialização, mestrado e até doutorado, aliado a uma política de melhoria salarial com o pagamento do 14ª salário para profissionais das unidades que participem de projetos e melhorem os indicadores escolares, entre outras.
A diretora explica que a Secretaria de Educação da capital desenvolve dois programas específicos voltados para minimizar a distorção idade-série. “Para alunos do 6º ao 9º ano, a secretaria desenvolve o programa de progressão de estudo, onde o aluno ficando em apenas três disciplinas se matricula na série subsequente e tem até dois semestres para recuperar a nota nas disciplinas devidas. Nas séries do 1º ao 5º ano, implantamos o sistema de ciclos, onde o aluno não é retido, mas participa de aulas de reforço para aprender o conteúdo ainda não assimilado”, explicou.
O levantamento do IBGE mostrou também avanços no ensino médio. Os adolescentes paraibanos de 15 a 17 anos apresentaram taxa de escolarização de 84%, percentual maior que o de 2005 (78,1%). Porém, em 2011, apenas 42,7% desses jovens estavam na série adequada, resultado que apesar de revelar alta defasagem de idade-série ainda é mais favorável que o alcançado em 2005, quando somente 22,7% nesta faixa etária estava no ensino médio.
Ainda segundo o IBGE, 82% dos estudantes do ensino fundamental estão matriculados na rede pública de ensino. Já no ensino médio, o percentual de estudantes em escolas públicas cai para 77% enquanto no ensino superior fica em 42,9% e as instituições particulares passam a concentrar maior número de estudantes.
A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA entrou em contato com a Secretaria de Estado de Educação para comentar os resultados, mas não obteve resposta.
Comentários