VIDA URBANA
"Todos os dias quando acordo torço para a médica vir e dar alta"
Publicado em 25/11/2015 às 11:05
A chegada do primogênito estava previsto para 30 de dezembro. Mas a mãe, Maria Oliveira, entrou na sala de parto no início de novembro, com 29 semanas de gestação. Aos 38 anos, Maria leva a vida como agricultora em um acampamento de Sapé. Juntou dinheiro para comprar as roupinhas, perfumes, mamadeiras. O sonho de ser mãe sempre a encantou, mas ela não estava preparada para ter um prematuro. Na verdade, nenhuma mulher está, segundo a médica neonatologista Juliana Soares.
Francisco França
Maria diz que sonha com o dia da alta. O filho dela nasceu prematuro de 29 semanas e não tem previsão de alta. "Vontade de ir para casa", declara.
Os sinais de que o nascimento estava próximo assustaram Maria. Ao perceber sangue escorrendo pelas pernas, gritou dentro de casa, chorou, pensou que perderia a criança. O marido a levou para a maternidade e no mesmo dia conheceu Silas, que nasceu prematuro de 29 semanas. “A gente planeja uma coisa, mas tem que se preparar para o que Deus reserva”, declara Maria.
Prestes a completar um mês na maternidade, na Ala Canguru, a agricultora passa o dia com o filho deitado no peito, trocando calor humano. O desenvolvimento da criança deixa a mãe feliz, mas ela não esconde o desejo de ir para casa, onde tem um quarto pintado de azul esperando por Silas. “Todos os dias quando acordo torço para a médica vir e dar alta, mas quando ela aparece me diz que é preciso esperar um pouco mais”.
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