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VIDA URBANA

Tradição dos presépios é mantida

Independente do tamanho das imagens, presépios remetem à representação do nascimento de Cristo e alimentam a fé no natal.

Publicado em 21/12/2013 às 6:00 | Atualizado em 12/05/2023 às 14:36

Famílias católicas alimentam a fé no Natal com a montagem de presépios. Com imagens gigantescas ou pequeninas, as peças que remetem à representação do nascimento de Cristo tomam conta de espaços especiais nas casas e nas igrejas. A ideia é mostrar o significado do Natal através de peças e cenários que devem ficar montados até o Dia de Reis, comemorado em 6 de janeiro.

Na casa da agente de saúde Adriana Belarmino, no bairro do José Américo, em João Pessoa, a produção do presépio começou ainda no mês de novembro quando ela adquiriu peças novas, mas já vão quase 20 anos em que a tradição é mantida. “Ainda pequena eu admirava quando meus familiares armavam o presépio em casa. Eu achava muito bonito e aprendi observando os adultos”, declarou Adriana.

A cada ano, na preparação para a montagem, a agente de saúde faz questão de incluir peças novas. “Eu gosto de inovar e de adquirir peças novas para o presépio, não para substituir as antigas, mas para acrescentar passagens bíblicas”, contou.

Assim, além de representar o nascimento de Jesus Cristo, com direito a manjedoura e todos os integrantes desta passagem bíblica, ela também recria a visita de Maria à prima Isabel, a ida de José e Maria, já grávida, para Belém para fazerem o recenseamento e a fuga de Maria, José e Jesus para o Egito.

Para abrigar todas as peças e o cenário que envolve cada passagem bíblica, a agente de saúde reserva toda área do terraço. Ela dedicou quase uma semana à montagem. O esforço e dedicação passaram a ser referência. O espaço criado por Adriana se tornou um atrativo para a vizinhança e é frequente ela abrir as portas de casa para os moradores, em especial a criançada, conferirem o presépio e todas as novidades. “É gratificante ver o rostinho em frente ao presépio”, contou.

O significado Cristão do Natal também é revivido em presépios armados em igrejas católicas. Na paróquia São Francisco de Assis, no bairro de Mangabeira 7, desde o último dia 4, ele já está montado. A artesã Doralice Ferreira dos Santos, 52 anos, é quem está à frente dos preparativos há 13 anos, e os motivos que a levaram ao envolvimento com este trabalho é fruto da empolgação com a profissão. “Eu gosto de artesanato e de criar coisas novas. Quando o padre resolveu montar o primeiro presépio eu estava na igreja e achei que deveria expressar os dons que Deus me deu através deste trabalho”, relatou.

Ao longo dos anos, algumas modificações foram necessárias. As primeiras peças eram de estopa e de material reciclável. Com o passar dos anos foi preciso ser substituídas. “Agora, as peças são confeccionadas em gesso, mas ainda usamos muito papel reciclado. A ideia é aproveitar tudo que temos à disposição” ressaltou Doralice.

Ela explica que o material reciclado é mais um elemento simbólico. “O uso do papel reciclável expressa ainda mais o despojamento e a humildade de Jesus, o filho de Deus, que nasceu em uma manjedoura”, argumentou a artesã. Ela vê no presépio a oportunidade de mostrar a presença de Jesus Cristo na vida das pessoas. “Penso que antes de preparar a manjedoura de Jesus, devemos preparar o nosso coração, tirar todo ódio e rancor que está guardado no mais íntimo de nós para então receber Jesus, que nasce não apenas no Natal, mas todo dia”, declarou Doralice.

Na paróquia de Nossa Senhora Aparecida, no bairro 13 de Maio, a representação do nascimento de Jesus está presente em dois trabalhos - um montado na área externa, com todos os personagens, enquanto outro está armado na entrada, ainda sem o menino Jesus que seguindo o ritual será colocado na manjedoura apenas na noite do dia 25 durante a celebração da missa do Natal.

MODO SIMPLES DE CONTAR A VIDA DE JESUS

De acordo com o padre Egídio do Carvalho Neto, o primeiro presépio que deu visibilidade as palavras presentes na Sagrada Escritura foi montado por São Francisco de Assis ainda no século 15. A ideia era montar o presépio para explicar as pessoas mais simples o significado e como foi o nascimento de Jesus Cristo.

“São Francisco de Assis queria chamar para as pessoas para a conversão. Através do presépio ele queria mostrar a forma humilde com que o filho de Deus nasceu, uma criança inocente deitada em um berço de palha que se esvaziou de si mesmo e nasceu na pobreza e na humildade entre animais”, pontuou o pároco da paróquia de Nossa Senhora Aparecida.

Atualmente, a história do nascimento de Jesus Cristo é recriada por famílias católicas em lares e igrejas, com uso de diversos materiais, tamanhos e formatos. As imagens de Maria, de José, dos pastores , dos animais que presenciaram o nascimento do menino Jesus e dos três Reis Magos que foram visitar a criança recém-nascida são presenças indispensáveis.

Apesar da liberdade de recriar o cenário onde Jesus nasceu, a montagem apresenta a manjedoura ao centro e os personagens bíblicos que estavam presentes neste importante momento cristão. É o símbolo do Natal sendo apresentado as famílias católicas.

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Jornal da Paraíba

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