VIDA URBANA
Tradições indígenas fortalecidas no Estado
Professor Estevão Palitor explica ainda que as principais mudanças sofridas pelos índios paraibanos são a maior participação nas instâncias políticas e sociais.
Publicado em 22/10/2011 às 6:30
O antropólogo e professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Estêvão Palitot, aponta três causas principais para o crescimento da população indígena no Estado. “Primeiro, o próprio crescimento vegetativo dos indígenas que geralmente é acima da média nacional. O segundo é de ordem política, com o reconhecimento formal da existência de mais dois grupos indígenas aqui no Estado (os potiguaras de Monte-Mór e os tabajaras do Litoral sul)”, disse.
O terceiro fator é de ordem técnica. Anteriormente, apenas a Funai tinha dados sobre a população indígena e eram atualizados de forma precária, segundo o professor. Agora, o IBGE contabiliza os dados da população de todo o Estado, domicílio a domicílio, e não apenas os que vivem em aldeias indígenas.
Para Estêvão Palitot, “as tradições indígenas têm se fortalecido cada vez mais nas últimas décadas e os indígenas paraibanos têm ganhado projeção nacional ao investirem cada vez mais nos elementos tradicionais de sua cultura”.
O professor explica ainda que as principais mudanças sofridas pelos índios paraibanos são a maior participação nas instâncias políticas e sociais, um maior incremento no conhecimento, na valorização e na produção dos itens culturais tradicionais, melhores condições de saúde e educação, maior reconhecimento dos indígenas que ainda não têm terras demarcadas e dos que vivem nas cidades, e também a continuação da luta pela garantia dos seus direitos étnicos e territoriais.
O cacique Sandro aponta o seu próprio cargo no governo do Estado como uma conquista do seu povo. Ele é assessor indígena da gestão estadual. “Há ainda dois potiguaras na coordenação da Funai e a Secretaria da Saúde Indígena, criada no ano passado”, diz o cacique.
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