VIDA URBANA
UFPB: docentes se reúnem amanhã
Proposta feita pelo governo será avaliada nesta quarta-feira (29) pelos docentes da UFPB; servidores do TRE-PB também manterão a greve.
Publicado em 28/08/2012 às 6:00
Já os trabalhadores de instituições de ensino decidiram manter a greve, apesar do ultimato feito pelo governo. Os professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) só vão se reunir para analisar a proposta feita pelo Ministério do Planejamento amanhã.
“O governo deu esse prazo para fecharmos o acordo hoje, mas a gente sabe que se pode discutir o assunto até a próxima sexta-feira, dia 31, porque ainda não ocorreu a votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). Por isso, ainda estamos avaliando o caso. Enquanto isso, os professores se mantêm em greve”, afirmou o presidente da Associação dos Docentes da UFPB, Ricardo Lucena.
Na semana passada, os professores entregaram uma contraproposta ao governo, que, segundo Ricardo Lucena, havia reivindicações mais flexíveis. “Aceitamos salário base de R$ 2.018,00 e o teto salarial de R$ 17,5 mil, ambos oferecidos pelo governo; diminuímos o percentual de aumento 22% previsto na proposta inicial e reduzimos de 5% para 4% o reajustes para os docentes de graus intermediários. Fizemos tudo isso em troca de ter uma carreira mais estruturada, porque, mais que aumento, queremos reestruturar a carreira docente. Estamos trabalhando em função da carreira e tentando sensibilizar o governo e os deputados”, disse.
Os servidores do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) também decidiram continuar em greve, apesar do prazo dado pelo governo se esgotar hoje. De acordo com o coordenador geral da associação da categoria, Marcos Lopes, algumas reuniões ainda deverão ocorrer nesta semana, em Brasília, e os trabalhadores acreditam que a situação será definida até sexta-feira.
“Já estamos há seis anos sem aumento e acumulando defasagem salarial que chega a 41%. O percentual oferecido pelo governo de 15,8% é muito pequeno, diante de nossas perdas.
Sem contar que esse aumento ainda será dividido em três anos.
Até lá, iremos ter mais de 60% de defasagem”, argumentou Lopes.
“Estamos buscando junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) apoio para avançar com as negociações. Já houve reuniões com a equipe econômica do governo, mas não se chegou a um entendimento. Colocamos para o STF que precisamos ter, pelo menos, 31% de reajuste para cobrir parte das nossas perdas inflacionárias, mas o governo só dá 15%. Por isso, a greve é por tempo indeterminado”, acrescentou.
Na Paraíba, cerca de 400 funcionários do TRE-PB estão mobilizados. Segundo Marcos Lopes, o salário base de um servidor de nível médio do TRE-PB gira entre R$ 2 mil a R$ 4 mil.
Em assembleia geral realizada ontem pela manhã, em João Pessoa, os servidores técnico-administrativos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) também decidiram ignorar o prazo estipulado pelo governo federal e irão permanecer em greve, pelo menos, até a próxima segunda-feira.
Segundo o professor Adolfo Wagner, integrante do Comando de Greve da instituição, os manifestantes também resolveram que só irão firmar qualquer acordo com o governo, após o Ministério do Planejamento retomar as negociações com os docentes do instituto, que foram encerradas desde a semana passada.
“Amanhã, haverá um encontro com representantes dos grevistas, em Brasília. No entanto, mesmo que o movimento nacional decida pelo fim do movimento, na Paraíba, o assunto ainda será decidido em assembleia geral, marcada para ocorrer na próxima segunda-feira. Até lá, os servidores e docentes do IFPB continuam em greve”, ressaltou Adolfo Wagner.
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