VIDA URBANA
UFPB tem 50 obras paralisadas e sem previsão de conclusão
Problema se arrasta na instituição e reitora não sabe quando construções serão retomadas. Alunos reclamam do descaso.
Publicado em 02/05/2015 às 9:18 | Atualizado em 14/02/2024 às 12:22
A Universidade Federal da Paraíba possui, hoje, 50 obras paralisadas aguardando a conclusão. No Campus I, localizado em João Pessoa, as construções inconclusas estão espalhadas por toda a parte e, nas placas indicativas, observa-se que algumas ultrapassam os três anos de atraso no prazo de entrega. Para os estudantes, os prejuízos vão desde a falta de estrutura nos cursos que aguardam a entrega dos prédios até a insegurança.
Uma das obras neste estado é a construção do bloco D do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), localizado no campus de João Pessoa. No período da manhã, os alunos afirmam não verem trabalhadores no local e, para eles, isso demonstra o descaso com o crescimento dos cursos e a melhor qualificação dos alunos. Segundo a estudante do curso de administração Luana Santana, que já está no 7º período, os alunos já estão acostumados com essa demora da entrega das novas estruturas.
“Acho que terminarei o curso sem ver a conclusão dessa obra. Quando observamos que poderíamos estar usufruindo de uma estrutura mais complexa, moderna, vemos quantos prejuízos temos por essas obras não serem concluídas. Eu acho isso um descaso. Se começou, por que não termina?”, questionou.
Outra obra que notoriamente não possui trabalhadores dando andamento ao serviços é a construção do bloco D do Centro de Educação (CE). O prédio, que deveria ter sido entregue em março de 2012, tem o objetivo de comportar quatro pós-graduações do CE. Para a aluna do curso de psicopedagogia Karine Ferreira, uma das maiores frustrações é ver alunos em salas de aula sem o mínimo de estrutura enquanto uma obra que deveria ter sido entregue há mais de três anos está parada.
“Os alunos não têm ar condicionado, mas, ainda mais grave, algumas salas não têm cadeiras, possuem instalações elétricas danificadas e quadros quebrados. É triste viver assim quando existiria a possibilidade de termos um prédio novo”, comentou. A também estudante do curso de psicopedagogia Elyeuda Ribeiro destacou a insegurança existente nos arredores dessas construções no período noturno. “Além disso, a gente fica com medo à noite porque não tem segurança e esses locais acabam concentrando todo tipo de gente”, revelou.
O QUE DIZ A UFPB
Em uma entrevista dada ao JORNAL DA PARAÍBA no mês de março deste ano, em resposta a um protesto realizado por professores cobrando a finalização da obra do CE, a reitora Margareth Diniz afirmou que as obras paralisadas são 'heranças' de gestões anteriores. Ela reconheceu que as obras paralisadas são o grande problema vivenciado pela atual gestão, que ainda lida com os problemas existentes em algumas estruturas mesmo depois de entregues.
Novamente procurada pela reportagem para falar sobre as obras inacabadas, na última quinta-feira (30), a reitora reforçou que as obras que não foram concluídas vieram de gestões anteriores e que atualmente está tentando encaminhá-las. Também informou que das 50 obras inacabadas, algumas estão completamente paralisadas e com projetos em falta. “Essas obras só possuem projeto arquitetônico. Faltam projetos como os elétricos e hidrossanitários, e até as licenças com a prefeitura, que estamos providenciando para que elas possam ser concluídas”, explicou Margareth. Além disso, a reitora comentou que nenhum recurso está voltando, já que sequer foram recebidos. “Já investimos 14 milhões de recursos próprios da universidade, provenientes do vestibular. A atual gestão está empenhada em finalizar essas obras”, garantiu.
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