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VIDA URBANA

'Um dos médicos me receitou nove injeções de testosterona'

A transexual Andreina Gama sempre foi protegida pelos pais, mas, embora tivesse o respeito deles, por falta de conhecimento da família, teve que passar por tratamentos e indicações médicas perigosas. 

Publicado em 14/06/2015 às 7:00

A autoaceitação e a compreensão da família também veio após um processo lento para a transexual Andreina Gama. Hoje secretária do Ambulatório de Travestis e Transexuais do Complexo Hospitalar Clementino Fraga e integrante dos Conselhos Estadual e Nacional de Saúde, no segmento para a população LGBT, ela diz que sempre foi protegida pelos pais, mas que a falta de informação foi um problema que teve de enfrentar durante boa parte de sua vida.

“Quando eu comecei a perceber que era diferente, me identifiquei como homossexual”, diz ela. “Há duas, três décadas, os termos travesti e transexual ainda não eram muito conhecidos”, afirma.

Filha de pastores, Andreina conta que a própria família percebeu que havia algo de diferente nela – uma feminilidade incomum para um menino. Aos 10 anos de idade, começou uma dolorosa peregrinação por consultas e especialistas: foi levada a psicólogos, psiquiatras e neurologistas na esperança de que a medicina pudesse encontrar uma 'cura' para sua 'patologia'.

Um dos tratamentos que recebeu para que sua masculinidade pudesse 'aflorar' foi potencialmente perigoso. “Um dos médicos me receitou nove injeções de testosterona”, revela ela. “Um outro profissional que procuramos alertou meus pais que isso poderia ser extremamente perigoso e eles suspenderam todas as terapias”, conta.

O incidente e os potenciais riscos à saúde da filha fizeram os pais de Andreina compreender e aceitar sua condição. Aos 13 anos, a criança começou a administrar hormônios femininos por conta própria. “Eu roubava anticoncepcionais das minhas primas”, lembra ela.

De forma semelhante ao que ocorreu com Nancy, Andreina começou a perceber que ela era de fato uma mulher e, por isso, queria viver e ser identificada como tal. “Foi quando reconheci minha transexualidade”, afirma.

Cansada de utilizar anticoncepcionais, procurou endocrinologistas para tentar começar um tratamento hormonal mais eficiente, mas foi recusada por todos. O tratamento transexualizador só seria oficialmente reconhecido pelo Ministério da Saúde em novembro de 2013, através da portaria nº 2.803.

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Jornal da Paraíba

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