VIDA URBANA
Vinda de estrangeiros causa polêmica na PB
Médicos e estudantes de medicina protestaram nesta terça-feira (14) contra a contratação de médicos estrangeiros.
Publicado em 15/05/2013 às 6:00
Médicos, professores e estudantes de medicina se reuniram ontem, na sede do Conselho Regional de Medicina (CRM), em João Pessoa, e seguiram em passeata até a Assembleia Legislativa da Paraíba para se manisfestarem contra a contratação de médicos estrangeiros sem revalidação de diploma pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O ato público de caráter pacífico contou com o apoio do CRM, do Sindicato dos Médicos da Paraíba (Simed) e Associação Médica da Paraíba, além de estudantes e professores de medicina das faculdades particulares Famene, FCM-JP, FCM-CG, além da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
O decreto deverá ser assinado em junho pela presidente Dilma Rousseff e o Ministério da Saúde ficará responsável pelo pagamento dos salários desses profissionais. De acordo com o deputado estadual Aníbal Marcolino, o movimento é legítimo, porque o que falta no país são condições adequadas de trabalho para que os médicos possam exercer com competência e tranquilidade seu ofício, além de um plano de cargo, carreira e salários e não profissionais.
“Nós temos dados oficiais de que mais de 90% dos médicos estrangeiros que se submeteram à prova que o Conselho Regional de Medicina (CRM) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) exigem para regularizar a situação deles no Brasil foram reprovados até porque a grade curricular desses médicos é totalmente diferente da nossa”, informou o deputado.
Aníbal Marcolino informou ainda que pretende realizar uma sessão especial na Assembleia Legislativa da Paraíba para que os deputados federais e senadores possam debater sobre o decreto. “Essa é uma medida que precisa ser amplamente discutida por todos. Esse decreto da presidenta Dilma Rousseff, na minha opinião está totalmente equivocado”, confessou.
“Nossa principal motivação é fazer com que o governo federal entenda que não é contratando automaticamente profissionais de outros países, sem que eles passem por nenhuma avaliação profissional que a saúde do Brasil vai melhorar. Esses médicos não estão capacitados para ocupar nenhum cargo público, tendo em vista a formação desse profissional é diferente em vários aspectos, como cultura, perfil epidemiológico e idioma”, ressaltou o estudante de medicina Arnaldo Júnior.
Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos da Paraíba, Tarcísio Campos, o que a sociedade precisa entender é que a classe médica não é contra a contratação de profissionais estrangeiros, mas sim que eles passem por uma revalidação de diploma, para saber se eles estão aptos para trabalhar de forma que não apresente riscos para a população.
“Não adianta colocar um médico, seja brasileiro ou estrangeiro, no interior do país, sem que ele tenha condições de trabalho, sem que ele possa fazer um simples exame laboratorial, uma ultrassonografia, um raio X, se não tem hospital de referência, ambulâncias e muitas outras coisas”, esclareceu Tarcísio Campos.
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