VIDA URBANA
Violência em pontos turísticos da capital
Assaltos, tráfico de drogas e prostituição vem afastando turistas dos cartões postais de João Pessoa.
Publicado em 08/01/2012 às 6:30
Tráfico de drogas, assaltos e prostituição tomaram conta de alguns pontos turísticos de João Pessoa. As cenas de consumo de drogas se repetem todos os dias em um dos cartões postais da capital, a Casa da Pólvora, Centro. Com a chegada das festas de fim de ano e do verão, os comerciantes temem que a violência afaste os turistas, já os moradores estão com medo dos assaltos e evitam sair de casa.
“Todos os dias se você vier na Casa da Pólvora a partir das 17h vai poder ver muitos adolescentes consumindo crack, meninas se prostituindo e casais praticando sexo na frente de todo mundo. Ninguém mais se arrisca a visitar o local porque, com certeza, será vítima de assalto. Um local tão bonito, com tanta história, está praticamente abandonado e entregue aos criminosos,” revelou um morador que preferiu não se identificar.
Um outro morador disse que a polícia realiza um número insuficiente de rondas no local. “A polícia quase nunca passa. Os viciados em droga tomam conta do local e quem passar perto é assaltado. Em determinados horários a gente evita sair de casa para não correr o risco de ser vítima,” afirmou o morador. O temor de moradores e turistas reflete no número de visitações. “Hoje em dia só quem vem à Casa da Pólvora são drogados e garotas de programas,”
O guia de turismo, Fagner Araújo, trabalha acompanhando grupos de turistas de todo o Brasil, apresentando um pouco da história de João Pessoa. Porém, o profissional revelou que para visitar alguns locais é necessário solicitar o acompanhamento de uma equipe policial. “À Casa da Pólvora eu já não levo os turistas. Apesar da riqueza cultural do local e da beleza arquitetônica, o número de assaltos e consumo de drogas na região é muito alto e o risco do visitante ser vítima de algum tipo de violência é muito alto. Por este motivo eu fui deixando de levar os visitantes ao local, mas quando eles querem realmente conhecer eu solicito antes que a Polícia Militar garanta a nossa segurança,” explicou o guia Fagner Araújo.
A violência não fica restrita à Casa da Pólvora. Quem for visitar a Igreja de São Francisco, Centro, considerada uma das mais belas do Estado, deve ficar atento aos horários. Ao entardecer, criminosos ocupam o largo do parque arquitetônico para a prática de delitos. O assalto é o crime mais recorrente.
“Durante o dia os policiais estão sempre por aqui, principalmente de 9h às 12h e das 14h até às 17h, os horários escolhidos pelos turistas para visitar a igreja, mas durante a noite a região fica totalmente deserta e perigosa, sem policiamento,” afirmou o comerciante Humberto Arruda. Ele ainda acrescentou que apesar dos assaltos ainda registrados no local, a implantação da Companhia de Atendimento ao Turista (Ceatur) trouxe mais segurança ao local.
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