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CULTURA

A flauta em silêncio

Morre no Rio aos 87 anos, vítima de câncer, o flautista Altamiro Carrilho; músico estava internado com complicações pulmonares.

Publicado em 16/08/2012 às 6:00


Considerado um dos maiores instrumentistas da música popular brasileira, o flautista Altamiro Carrilho morreu ontem pela manhã, no Rio de Janeiro, aos 87 anos, vítima de um câncer.

O músico havia sido internado no mês passado num hospital em Copacabana, na zona sul do Rio, por complicações pulmonares.

Ele chegou a passar três dias no CTI, e uma biopsia confirmou que Carrilho tinha neoplasia pulmonar (em que um tecido cresce de modo rápido e desordenado).

Carrilho tornou-se uma lenda do choro com uma extensa obra de cerca de 200 composições registradas em mais de cem discos, além de ter disseminado o gênero em vários países.

Nascido na cidade de Santo Antônio de Pádua (RJ), Altamiro Carrilho foi criado em uma família extremamente musical. Filho de Lyra de Aquino Carrilho e Otacilio Gonçalves Carrilho, ganhou sua primeira flauta aos 5 anos. Ainda criança, começou a fabricar os próprios instrumentos, serrando bambus e descobrindo diferentes timbres e afinações para a suas flautas.

Em sua formação musical, além das influências familiares e de sua participação em destacados regionais de samba e, principalmente, de choro, Altamiro tem aulas como nomes como Moacir Lissera (na Escola Municipal de Música do Rio), Celso Woltzenlogel e Ari Fereira.

Com mais de sete décadas de carreira, Altamiro é considerado por muitos como o maior flautista brasileiro de todos os tempos, com amplo domínio da técnica do instrumento, interpretando peças eruditas ou populares. Sua marca como instrumentista foi ser extremamente plural, sintetizando vários estilos e escolas em um instrumentista só, além de criar suas próprias linguagem e identidade.

Qualquer flautista que se interesse por choro -- e música brasileira em geral-- acaba passando pela escola de Altamiro Carrilho. Não à toa, o músico deixa discípulos de diferentes estilos e vertentes, como Léa Freire, Teco Cardoso, Carlos Malta, Dirceu Leite, Toninho Carrasqueira e tantos outros.

Imagem

Jornal da Paraíba

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