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CULTURA

A trajetória do mago das HQs

Alan Moore é considerado um dos maiores e mais respeitados roteiristas mundiais.

Publicado em 24/03/2013 às 6:00

Nas últimas décadas, o nome de Alan Moore foi impresso na capa de obras tão importantes para a indústria dos quadrinhos – seja dentro do gênero de super-heróis, seja no campo mais ‘autoral’ – que o escritor inglês é considerado um dos maiores e mais respeitados roteiristas mundiais.

Uma das biografias mais abrangentes e completas sobre o chamado ‘Bruxo de Northampton’ ganha sua versão nacional: Alan Moore - O Mago das Histórias (Mythos Books, 320 páginas, R$ 109,00) traz uma translúcida radiografia do autor com um rico e ilustrado material que vai desde o início de sua carreira nos anos 1970, quando também desenhava tiras, até as atuais desavenças com Hollywood e obras ainda inéditas, como seu segundo romance “maior que a Bíblia”, intitulado Jerusalem.

Em meados dos anos 1980, o britânico Gary Spencer Millidge, autor do livro, editava um pequeno fanzine e produzia suas próprias HQs quando ouviu falar do autor. “Em 1986, eu também tinha uma loja de quadrinhos. Com o Monstro do Pântano, e, lógico, Watchmen, ficou claro para todos que algo estava acontecendo na indústria, e que Alan Moore era alguém muito especial”, conta o biógrafo, em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA.

Quando Millidge publicou em seu fanzine uma transcrição de uma entrevista radiofônica do compatriota, Moore escreveu uma “gentil” carta e se encontrou com ele. “A comunidade de HQs britânicas era uma pequena e simpática família naqueles dias”.

Há 10 anos, o biógrafo organizou junto com o escritor de pseudônimo Smoky Man uma antologia inédita no Brasil para comemorar os 50 anos do autor. Alan Moore: Portrait of an Extraordinary Gentleman “eventualmente garantiu contribuições de 145 diferentes criadores internacionais, que variavam de ensaios, lembranças, ilustrações, HQs, fotos, entrevistas e assim por diante”.

A edição tinha nomes como o escritor Neil Gaiman e o cineasta Terry Gilliam. Publicada nos EUA e Reino Unido, a coletânea levantou US$ 36 mil para instituições de combate ao Alzheimer. “Foi uma tarefa enorme, e, após o livro de 350 páginas, não estava realmente interessado em fazer nada remotamente relacionado a Alan Moore novamente. Nunca”.

SUDÁRIO DE TURIN
O ‘nunca’ demorou seis anos, quando os editores da Ilex Press pediram uma biografia visual do mago. “Parecia uma ideia simples, mas não tinha noção de que se tornaria outra tarefa difícil, onde passaria todos os dias e noites de nove meses trabalhando nisso”.

O maior problema para ele foi a quantidade de informações disponíveis para afunilar no livro. “Minha primeira pesquisa no Google por ‘Alan Moore Entrevista’ se transformou em mais de um milhão de resultados”, relembra. “Tentei entrar em contato com todos que já haviam trabalhado com ele e outros que teriam uma história para contar. Através da rede fã, tentei obter cópias de seu material mais raro”.

Com a amizade de anos, Millidge teve acesso irrestrito aos cadernos de esboços e anotações do escritor. Muitos aparecem no livro, como o ‘Sudário de Turin’ das HQs: uma tabela de toda a saga de Big Numbers, onde os mais de 40 personagens estão enfileirados nas 12 colunas que faziam alusão aos números de edições. Na biografia, Moore revela que a tabela só era para ver a expressão do amigo Neil Gaiman.

“Eu o entrevistei pessoalmente em várias ocasiões, a fim de preencher algumas lacunas e esclarecer informações conflituosas ou controvertidas, e ele também foi gentil o suficiente para ler meus manuscritos, para verificar se haveria erros gritantes”.

Além das obras ‘clássicas’, a edição luxuosa com capa dura de O Mago das Histórias revela ao leitor brasileiro seus outros trabalhos obscuros e as facetas do senhor de longos cabelos e barba, adornado de anéis, que não possui internet em casa (apenas um aparelho de fax) e idolatra um deus-cobra. Desde o xamanismo até a psicogeografia, tão importante em álbuns como Do Inferno ou seu romance de estreia, A Voz do Fogo (relançado recentemente pela editora Veneta).

Apesar de não vir com um disco com as músicas, leituras e apresentações que saiu no original, o livro mostra o lado pouco conhecido do autor como compositor e músico.

A vida pessoal e a maneira de trabalhar do artista também são descortinadas, com direito a um abundante material visual, como esboços, roteiros, fotografias e uma página quádrupla com uma linha do tempo da sua trajetória até 2011.

“Para ser honesto, não acho que qualquer livro pode ser definitivo sobre tal homem. Mas, no contexto de um livro pseudo-autorizado, com materiais muito raros e invisíveis, acho que chega bem perto”.

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Jornal da Paraíba

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