CULTURA
Acústico turbinado: Dinho Ouro preto fala sobre novo projeto do Capital Inicial
Projeto do Capital Inicial revisita o som 'desplugado' do especial da MTV, agora sem o 'pé no freio'.
Publicado em 06/12/2015 às 8:00
"É deliberadamente mais nervoso”, refere-se Dinho Ouro Preto ao som do novo projeto acústico do Capital Inicial, que vem depois da nova oxigenação da banda brasiliense há exatos 15 anos, com o lançamento do MTV Acústico. “Tinha muitas regras: o violão não podia ser processado e tinha o tempo limitado da tevê. Era um formato que vinha dos EUA”.
Foi justamente na Terra do Tio Sam que Dinho e cia. resolveram rodar o Capital Inicial - Acústico NYC (Sony Music), que chega às lojas em DVD e CD.
“Todos os violões são processados! É um acústico turbinado com um milhão de efeitos”, descreve Dinho em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA. “Deliberadamente mais nervoso. O primeiro é um pé no freio gigantesco. Esse é bem menos, cara!”.
O roqueiro explica que o novo acústico gravado em Nova York em junho deste ano é uma maneira de o grupo veterano formado por Yves Passarell (novo titular na guitarra), Fê e Flavio Lemos que lançam discos com frequência “fugir da repetição”. Tanto que chamaram artistas bem diferentes do seu universo de guitarras distorcidas: Lenine e Seu Jorge.
Quando foi convidado, nos ensaios, Seu Jorge cantarolava várias canções conhecidas da banda. O motivo era o irmão do cantor que já morreu, mas era um fã do Capital Inicial nos anos 1980. Por isso, 'Belos e Malditos' é o único representante da época no setlist.
Já Lenine quis homenagear toda a geração 'Coca-Cola' oitentista com 'Tempo Perdido', música da Legião Urbana. “Eu não me tornaria músico se não tivesse visto o Renato (Russo) tocar!”, revela Dinho. “A Legião é uma relação quase umbilical. Nós crescemos juntos”.
Não é apenas o cantor pernambucano que tem ligações nordestinas com o projeto. A ideia inicial de Capital Inicial - Acústico NYC seria filmar o show na ilha de Fernando de Noronha (PE). “Foi como o Yin e Yang, saca? Praia, paraíso tropical... O seu nêmesis: a maior cidade do mundo!”.
Dinho conta também que ouve muitos obstáculos ambientais e logísticos. A vantagem do Terminal 5 nova-iorquino seria também trazer o público (bem maior) para o projeto. “Foi como um 'crowdfunding' involuntário”, comparando ao financiamento coletivo na internet.
Além dos hits obrigatórios, o novo unplugged recupera músicas de álbuns recentes que não foram trabalhadas como singles, como 'Ressurreição' e 'O Cristo Redentor'. Há também três inéditas: 'Vai e vem' (cantada com Seu Jorge), 'A mina' (composição de Kiko Zambianchi) e 'Doce e amargo'.
Nas cordas, Yves Passarell tem ao seu lado Fabiano Carelli, o ex-Charlie Brown Jr. Thiago Castanho (no repertório, Chorão e Champignon são lembrados com o 'Me encontra') e o Liminha, também produtor do Acústico NYC.
Segundo Dinho, a turnê começa em janeiro e passará por todas as capitais do país, incluindo João Pessoa.
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