CULTURA
Aplicativo disponibiliza catálogo com 800 histórias para ler pelo celular
Plataforma digital é fruto de iniciativa de paraibanos e paulista e está disponível tanto para iOS quanto para Android.
Publicado em 06/09/2015 às 14:05
SÃO PAULO - Do encontro entre três nerds, fãs de cultura pop, cinema, TV e quadrinhos, nasceu a Social Comics, plataforma digital para leitura de histórias em quadrinhos. O aplicativo segue os modelos do Netflix e Spotify, disponibilizando um catálogo de HQs através de uma assinatura mensal de R$ 19,90 (o sistema dá 14 dias gratuitos).
A iniciativa partiu de dois paraibanos e um paulista: João Paulo Sette, ex-sócio do Super Hero Con (hoje Super-Con), mudou-se para São Paulo, onde passou a atuar no Comic Con Experience, o maior evento pop da América Latina. Lá encontrou o conterrâneo Marcelo Castro, analista de sistema, que o apresentou ao colega paulista Fernando Goulart, atualmente radicado nos Estados Unidos.
O trio passou os últimos dois anos amadurecendo a ideia, que ganhou forma segunda-feira passada, quando o sistema foi lançado, tanto para iOS quanto Android (pode ser acessado também pelo computador), com 800 títulos entre nacionais e internacionais.
“Tivemos 2.500 cadastros em apenas duas horas”, comemora João Paulo, falando sobre o primeiro dia do Social Comics, em um papo com a reportagem em um café na suntuosa avenida Paulista.
O Social Comics larga com títulos da Devir, JBC e Mythos, editoras de prestígio no mercado nacional. Há blockbusters como Juiz Dredd e títulos nacionais independentes, como A Última Bailarina, do carioca Guilherme de Sousa, indicado ao 27º troféu HQMix, além de uma biografia em quadrinhos do escritor Jack Kerouac. Também há publicações especializadas na área, como a Mundo do Super-Herói.
Destaque do catálogo são os gibis da Era do Ouro dos quadrinhos americanos. São títulos dos anos 1930, como Daredevil, bem antes de Frank Miller colocar as mãos no personagem e transformá-lo no famoso super-herói Demolidor.
Segundo João Paulo, o banco adquirido pelo aplicativo tem cerca de 15 mil títulos, dos quais 200 já foram liberados para leitura (no original, em inglês). “Daredevil foi o primeiro personagem que a gente elegeu para restaurar e traduzir. Já liberamos dez, e queremos colocar cinco novos títulos a cada mês, até fechar os 70 títulos que a gente tem”, informa o CEO do Social Comics.
SUBA VOCÊ MESMO
A plataforma vai além da leitura digital online: quer conectar os fãs de quadrinhos, como uma rede social, além de aproximar leitores a autores. Artistas e selos independentes são extremamente bem-vindos ao aplicativo, informa João Paulo, detalhando que o processo para que o artista disponibilize seus títulos é bem simples.
“O artista pode se cadastrar lá e subir o título dele, de graça”, ensina. “Mas há uma linha editorial que precisa ser seguida e, então, submetida a uma curadoria. Por exemplo: a gente não pode colocar lá uma fanfiction (título criado por fã baseado em um personagem licenciado)”. Segundo o CEO, já há mais 500 artistas independentes cadastrados no sistema.
Os artistas, assim como as editoras, são remunerados pelo número de páginas lidas - e não por título, informa o CEO, acrescentando que isto é algo inovador nesse tipo de mercado.
Além do mais, a ferramenta oferece recursos para coletar, reunir e analisar as leituras dos usuários, permitindo às empresas e artistas tomarem decisões estratégicas, tanto editoriais como em negócios.
Primeiro app de streaming de quadrinhos auditado pelo IVC (Instituto Verificador de Comunicação), a estimativa é que o Social Comics feche 2015 com 10 mil usuários e cerca de dois mil títulos no catálogo.
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