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CULTURA

Ariano e o reino de pedra

Batizados com o nome de Ariano Suassuna, teatros e biblioteca lembram o legado e a imortalidade do poeta, escritor e dramaturgo.

Publicado em 25/07/2014 às 6:00 | Atualizado em 07/02/2024 às 11:06

Ele se recusava a morrer, e não morreu, de fato: Ariano Suassuna (1927-2014) permanece vivo, em sua obra e nos espaços que hoje carregam o seu nome. O escritor que dizia não cultivar o hábito da leitura, mas a paixão pelos livros que lia e relia deitado na cama, de tardezinha, como na infância, batiza uma biblioteca, dois teatros e um memorial que está captando recursos para a construção na Paraíba.

Na capital, próximo à Praça da Independência, no Centro da cidade, a Biblioteca Ariano Suassuna e o Teatro Ariano Suassuna estão curiosamente próximos, homenageando as duas frentes mais importantes da trajetória do homem do palco e das páginas.

Anexo ao Colégio Pio X, o Teatro Ariano Suassuna passou por reforma recente e é o local de ensaio do Grupo Armorial Ariano Suassuna. Prevista para ser reinaugurada em setembro, a Biblioteca Ariano Suassuna fica ao lado do museu Casa do Artista Popular Janete Costa, no belo casarão tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico do Estado da Paraíba (Iphaep).

Criada em 2008, a Biblioteca Ariano Suassuna também estava fechada desde 2011. Ganhou nova equipe no último mês de maio. Sob a coordenação de Alexandre Santos e Renata Abreu (que foram remanejados da Secretaria de Estado de Cultura), a biblioteca possui, hoje, mais de 1.500 títulos sobre arte, artesanato, cultura popular e história da Paraíba.

“Estamos neste processo de reabertura e reorganização dos títulos”, informa Alexandre Santos. "Identificamos junto com a diretora do museu (Pedrita Tavares, filha do artista plástico Flávio Tavares) que muitos dos livros não tinham a ver com a área para a qual a biblioteca será voltada e vamos doar alguns deles para a biblioteca da UFPB.”

ARTICULAÇÕES

A doação para a Biblioteca Central da Universidade Federal da Paraíba será formalizada hoje. Até a reabertura em setembro, quando será organizado um sarau celebrando a memória do seu patrono, a Biblioteca Ariano Suassuna irá captar mais volumes junto a escritores da Paraíba e ao Fundo de Incentivo à Cultura 'Augusto dos Anjos', que possui uma reserva técnica do catálogo de obras lançadas com o apoio do edital.

“O Itaú Cultural sinalizou que vai fazer uma doação para a biblioteca e estamos nos articulando também com outras instituições como o MinC, a Petrobras e a Funarte”, registra o coordenador. “Apesar de não ter necessitado de uma reforma, a biblioteca vai ganhar novo projeto de iluminação para criar um melhor ambiente para leitura. Vamos discutir ainda o modelo de gestão mas tudo indica que será uma biblioteca de empréstimo."

Localizada em um ponto estratégico na região central, próxima ao Lyceu Paraibano e a um grande fluxo de estudantes, a Biblioteca Ariano Suassuna pretende, por fim, tornar-se um lugar permanente de encontros com escritores, palestras, debates e saraus literários.

MEMORIAL ERA SONHO ANTIGO

Além do Teatro Ariano Suassuna da capital, há outro em pleno funcionamento em Campina Grande, este administrado pelo Colégio Motiva Ambiental. Foi lá que Ariano Suassuna esteve em sua última visita à Rainha da Borborema, em março do ano passado, quando inaugurou o teatro que o acolheu e ganhou seu nome após uma votação na qual Ariano recebeu 83% dos votos.

"A nossa filosofia era homenageá-lo em vida", lembra Flauber Gorgônio, coordenador de eventos e esportes do colégio Motiva Ambiental. "Ariano ficou muito honrado com a homenagem que fizemos, com grupo de dança, banda de pífanos, exposição de pinturas nas paredes e um espetáculo para mais de 300 pessoas de outras cidades e Estados que queriam participar deste momento."

Em pleno funcionamento, o teatro é utilizado pelo colégio como ferramenta pedagógica, mas já abriu as portas também para shows musicais e montagens de companhias teatrais. "O fato de o teatro ser dentro do colégio nos limita um pouco. O teatro é essencialmente uma ferramenta cultural, o que foi muito elogiado pelo próprio Ariano em sua passagem por aqui", conclui Gorgônio.

Na mítica Fazenda Acauã (no município de Aparecida, no Sertão, perto de Sousa), germina um sonho antigo que Ariano dividiu, em vida, com o ex-senador Marcondes Gadelha: a criação de um memorial na região que serviu de refúgio para ele e sua mãe logo após o assassinato do pai, João Suassuna (1886-1930), no turbilhão da Revolução de 1930.

Segundo o ex-deputado Leonardo Gadelha, as primeiras conversas a respeito da construção do Memorial Ariano Suassuna começaram há dez anos. O projeto, que tem o apoio da Secretaria de Estado da Cultura, começou a sair do papel em 2012, quando o então deputado federal propôs uma emenda que, no ano seguinte, captou metade dos R$ 400 mil necessários para a construção do memorial e um museu dedicado ao povo nordestino.

"A expectativa é que a outra emenda, proposta no ano passado, seja aprovada este ano para o restante dos recursos", diz Gadelha. "Que um evento tão triste como a morte de Ariano tenha, pelo menos, este aspecto bom."

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Jornal da Paraíba

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