CULTURA
Caipiras do Reino Unido
Mês passado, a banda emplacou seis músicas entre as 100 mais tocadas na América.
Publicado em 16/11/2012 às 8:00
Neil Young é um fã declarado do Mumford & Sons e isso diz bastante a respeito deste quarteto inglês formado em 2007, que explodiu para o mundo com uma combinação muito bem azeitada de rock, música country, folk e bluegrass. Afinal, nesse universo, Neil Young é deus!
Seu segundo álbum, Babel (Universal, R$ 29,90), consolida a posição dos ingleses frente à nova música folk britânica (da qual faz parte Laura Marling e Noah and the Whale). Mas a sonoridade deste Babel tem identificação muito maior com o alt-country norte-americano.
Portanto, não é de se estranhar que a turma do Mumford seja um fenômeno nos Estados Unidos. Mês passado, a banda emplacou nada menos que seis músicas desse disco entre as 100 mais tocadas da América (Beatles foi o último artista britânico a alcançar tal façanha).
A produção de Marcus Dravs (Coldplay, Björk, Arcade Fire) garante à sonoridade do disco a amarração precisa do repertório de 12 faixas, em que o grupo explora muito bem o banjo (‘Whispers in the dark’), climas de altos-e-baixos
(‘Hopelesswanderer’, muito parecida com as coisas do Coldplay), arranjos pomposos (‘Brokengrown’), cria épicos (‘Babel’), hits instantâneos (‘I will wait’) e belas baladas emotivas (‘Ghosts that we knew’, com melodia encantadora) que rezam com louvor nos salmos da música pop.
Mesmo não tendo inventado nenhuma roda, sequer um acessório bacana, Mumford & Sons concebe um disco impecável, destilando referências de tudo que já foi feito no gênero (o próprio Young, Bruce Springsteen, The Birds, até contemporâneos como Magic Numbers), mas trabalhando-os com talento acima da média e produzindo canções que certamente farão seu coração bater diferente.
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