CULTURA
De João Pessoa para o mundo: Lucy Alves fala sobre relação com a cidade
Artista que ganhou projeção nacional, Lucy não deixa de exaltar suas origens.
Publicado em 05/08/2017 às 6:00
João Pessoa viu Lucyane Pereira Alves nascer e se transformar em Lucy Alves. Isso bem antes do Brasil se render ao talento dramatúrgico e ao dedilhar da sanfona da jovem pessoense, que começou a trajetória musical com a família no grupo Clã Brasil, no início dos anos 2000. Berço cultural de muitos, a capital paraibana, que completa 432 anos neste dia 5 de agosto, também teve grande contribuição para a construção artística e pessoal de Lucy, segundo ela mesma em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA.
“Foi importante ter nascido nesse chão que de tudo me deu. Cresci muito feliz ao lado de minha família nessa cidade”, faz questão de ressaltar a artista, que não esconde as origens e, por isso, tornou-se uma das grandes representantes da cultura nordestina no país desde que despontou nacionalmente em 2013, ao ser uma das finalistas do The Voice Brasil.
Apesar de não vencer, Lucy viu a carreira atingir outros patamares com o programa. Logo após o término do reality, ela conseguiu contrato com uma gravadora para lançar o primeiro álbum solo e teve a oportunidade de estrelar o exitoso musical Nuvem de Lágrimas ao lado de Gabriel Sater, filho de Almir Sater. E a estreia bem-sucedida no teatro foi o que abriu novas portas para a pessoense, que pouco tempo depois recebeu convite para interpretar Luzia, uma das protagonistas da novela Velho Chico, aclamada pela crítica e pelo público.
Lucy conta que, ao contrário do que costumam pensar, o fato de ser mulher e de ter vindo de João Pessoa, uma cidade nordestina, não foi um empecilho para que ela se firmasse na carreira. “Minha origem é minha identidade e foi isso que me fez cruzar fronteiras e chegar aonde cheguei”, frisa. “Acho que por ser tão representativa e ter essa garra inconfundível da paraibana é que cruzei todos os obstáculos. A autenticidade e a verdade vencem qualquer barreira”.
De acordo com ela, essa autenticidade e verdade vieram, sobretudo, do aprendizado com personalidades e artistas pessoenses que serviram como fonte de inspiração para o seu trabalho e continuam presentes em sua vida. Entre os principais, Lucy cita o escritor Ariano Suassuna, os compositores Genival Macedo e Livardo Alves, o artista plástico Flávio Tavares e o empresário artístico José Hilton Alves, mais conhecido como Badu, pai dela e idealizador do Clã Brasil.
Badu, embora tenha nascido em Itaporanga, no Sertão, é cidadão pessoense. Ele recebeu a honraria da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) em março deste ano por suas contribuições culturais para a valorização e o crescimento da cidade. E foi junto de Badu e das irmãs que Lucy viajou para diversas regiões do Brasil e para alguns países, representando a capital e o estado. Com uma bagagem cultural fruto de suas andanças, a artista enxerga o povo pessoense de maneira poética. “Acho o pessoense amável demais, de uma forma singular. Isso o difere de todos os de outras cidades”.
Mesmo morando atualmente no Rio de Janeiro, Lucy demonstra que ainda carrega o mesmo amor de antes por João Pessoa, visitando a cidade com frequência e recarregando suas energias no lugar. Para estes 432 anos, o desejo da artista é de que a cidade continue com seus encantos, que são atrativos não só de turistas, mas dos próprios paraibanos. “Espero que Jampa se preserve sempre assim, com essa magia de cidade interiorana, belezas infinitas, paz e amor. Que ela possa acolher e projetar de forma especial esse povo que dela se alimenta, constrói e exporta talento e beleza”, finaliza.
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