CULTURA
Duvide do hype, tenha seu próprio filtro, diz Zeca
Antenado com as novas mídias e ferramentas de interação, capas e abas internas da embalagem foram selecionadas pelos fãs.
Publicado em 02/05/2012 às 6:30
O Disco do Ano teve um ‘work in progress’ na internet. Inclusive, Zeca Baleiro incumbiu os fãs de escolherem a capa que estampa o CD – as outras duas opções estampam as abas internas da luxuosa embalagem digipack, que traz até dois encartes. “A minha favorita é a segunda colocada, aquela em que estou num quarto de motel com uma moça pouco vestida e uma iguana (risos)”, descreve o músico. “Mas respeitamos a votação, claro”.
Zeca Baleiro diz que esse processo, no todo, foi divertido.
"Alguns comentários (colocados no site) eram sugestivos e inteligentes, outros, mera rasgação de seda. Mas é sempre um bom termômetro essa interação com o público, né? Sobre a capa, o projeto gráfico acabou por contemplar todos os ensaios fotográficos, nada ficou de fora”, comenta.
‘MAMÃE NO FACE’
A internet também perpassa as letras do disco, com expressões como 'post' e 'Face', em referência ao Facebook.
Ao seu modo, Zeca Baleiro compõe seu ‘Don’t believe the hype’, famosa canção do Public Enemy que critica a mídia e seu poder de influência e controle.
Com o maranhense, ela leva o irônico título de ‘Mamãe no Face’, na qual ele convence a mãe que fez o disco do ano e pede para ela baixá-lo na internet, depois de dizer que Caetano “aprovou”, Nelson Motta “disse que o disco é show” e Hermano (provavelmente, Vianna) “falou bem na Piauí”.
“O recado é o mesmo: duvide do hype, tenha seu próprio filtro”, admite o autor, acrescentando que tudo na música é “provocador irônico e até mesmo autoirônico”.
“Estou só cutucando a onça”, espeta. “Não acho que ninguém possa - ou deva - ser o ‘juiz’ da música brasileira, ungir este e condenar aquele, fazer as suas listas e achar que vamos engoli-las. É muita presunção...”
Ainda dentro do pacote ‘antenado com as novas mídias’, Zeca Baleiro comenta que a ideia inicial de lançar O Disco do Ano em um pen drive foi abortada, por enquanto. “Afinal, competiria com o disco”, admite “E estou na Som Livre, uma companhia vendedora de discos, não de pen drives”, brinca. “Mas posso retomá-la em outro projeto, por que não?”.
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