CULTURA
Fragmentos da realidade
Diretor Eduardo Coutinho é o homenageado da Sétima Mostra Direitos Humanos e Cinema na América do Sul.
Publicado em 14/11/2012 às 9:38
Em seu segundo dia, a 7ª Mostra Direitos Humanos e Cinema na América do Sul apresenta dois filmes do homenageado desta edição: o diretor Eduardo Coutinho. O público poderá assistir gratuitamente aos longas-metragens Cabra Marcado para Morrer (1984) e Santo Forte (1999). Ambos são documentários, gênero que consagrou Coutinho como uma das principais referências do cinema nacional.
Além destes, também estão previstos para a programação desta quarta-feira os documentários Extremos (2011), curta de João Freire; À Margem da Imagem (2003), de Evaldo Mocarzel; Justiça (2010), dirigido por Andrea Ruffini e a ficção Último Chá (2012), de David Kullock. As exibições iniciam a partir das 14h, na Sala Digital Vladimir Carvalho na Usina Cultural Energisa, em João Pessoa.
Cabra Marcado para Morrer é um clássico do cinema documental brasileiro. O filme, que inicialmente seria uma ficção baseada em fatos reais sobre a morte do líder camponês paraibano João Pedro Teixeira, não chegou a ser concluído na década de 60 devido à censura do governo militar. O projeto foi retomado em 1981, quando Coutinho localizou os negativos originais e voltou ao Nordeste à procura dos seus personagens.
O resultado é um relato precioso das vítimas da repressão às Ligas Camponesas, inclusive da viúva de Teixeira, que foi obrigada a se separar dos filhos quando entrou na clandestinidade. Cabra Marcado recebeu 12 prêmios em festivais internacionais e é até hoje lembrado como um marco do gênero documentário, tendo uma cópia restaurada recentemente.
Em Santo Forte, Eduardo Coutinho exercita mais uma vez seu olhar documentarista ao entrar em uma comunidade no Rio de Janeiro para conhecer a relação de seus moradores com a religião.
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