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CULTURA

Jornal da Paraíba fez entrevista exclusiva com Maria Bethânia

Jornalista Tiago Germano conversou, por telefone, com uma da maiores interpretes da Música Popular Brasileira. Bethânia se apresenta neste sábado (22) na Capital.

Publicado em 22/01/2011 às 15:43

Tiago Germano
Do Jornal da Paraíba

Quem atende ao telefone com um indefectível sotaque baiano é Nice, provavelmente quem rege uma sinfonia de panelas que pode ser ouvida ao fundo da ligação, acusando uma cozinha movimentada. “Um momento”, diz ela ao saber que conversava com a reportagem do Jornal da Paraíba.

O silêncio que se faz só é interrompido pela voz diáfana de Maria Bethânia, já da linha em que falou ao tropel de jornalistas paraibanos sobre a apresentação que fará mais tarde na Praia de Tambaú, em João Pessoa, em show aberto pelo Clã Brasil, a partir das 21h. Falar, no entanto, é uma expressão vazia. Porque Bethânia não fala, diminui alguns tons do seu canto e, em 20 minutos de diálogo, faz de uma chamada interurbana um show particular.

Um dos maiores nomes da música popular brasileira, a filha de dona Canô e irmã caçula de Caetano Veloso não abdica do posto de intérprete, nem numa entrevista banal. As palavras se desenham numa dicção minuciosa e quando não há mais palavras, quando é a vez de Bethânia ouvi-las, ela o faz com uma paciência desconcertante para o interlocutor que já é todo e só ouvidos.
Como provavelmente será todo e só ouvidos o público que se reunirá hoje no Busto de Tamandaré para ver o espetáculo Amor, Festa e Devoção, que conta com o repertório de seus últimos CD e DVD ao vivo, lançados ano passado.

“Fico muito feliz em fazer este espetáculo num espaço aberto. Da última vez que estive em João Pessoa me apresentei num teatro”, diz Bethânia, que não vem à capital paraibana desde 2007, quando trouxe o show Dentro do Mar Tem Rio ao Teatro Paulo Pontes. “A iluminação é a mesma assinada pelo Lauro Escorel (premiado diretor de fotografia do cinema), mas infelizmente não vai dar para levar a cenografia completa, que conta com 500 painéis e uma estrutura que não pode viajar tão longe”, completa a ‘Abelha Rainha’.

O roteiro, que homenageia a simpática Canô, 103 anos de pura vitalidade, é da própria Bethânia e de Fauzi Arap, dupla que desde 1971 vêm transformando os shows da cantora em verdadeiras peças musicais com linhas dramatúrgicas bastante definidas.

“Fauzi trouxe a sua experiência dos palcos e soube aproveitar esse meu flerte com o teatro, me ensinando a lidar com o desejo, a vontade de atuar”, conta Bethânia. É do diretor paulistano o texto que ela costuma ler antes de cantar “Um jeito estúpido de te amar”, faixa do disco Pássaro da Manhã (1977).

Neste álbum, Bethânia também declama poemas de Fernando Pessoa e Clarice Lispector, tendo construído uma reputação que hoje faz com que ela viaje pelo Brasil não só em turnês musicais, mas também em turnês de “leituras”.

“João Pessoa será a última cidade que visitarei com Amor, Festa e Devoção. Da Paraíba vou para Alagoas, onde farei uma dessas leituras poéticas. Já fui convidada a interpretar textos em universidades, em eventos fechados e até no Palácio do Itamaraty”, conta Bethânia.

Veja entrevista completa no Jornal da Paraíba deste sábado

Imagem

Jornal da Paraíba

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