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CULTURA

O datilógrafo de Zé Lins

Além de Nelson Rodrigues e Jorge Amado, 2012 também é o ano do centenário do escritor e jornalista alagoano Valdemar Cavalcanti.

Publicado em 29/03/2012 às 6:30


No propalado 'ano dos centenários' da cultura brasileira, a lembrança de Valdemar Cavalcanti (1912-1982) quase foi ofuscada pela de Nelson Rodrigues (1912-1980) ou Jorge Amado (1912-2001), dois dos autores que dividem tais efemérides no calendário de 2012.

“Apesar de sua presença singular na literatura brasileira, Valdemar Cavalcanti não é um nome popular entre os leitores, que ainda têm pouco acesso à sua obra”, explica o crítico literário Hildeberto Barbosa Filho, no dia em que a memória de Cavalcanti é evocada pelos 100 anos de seu nascimento e 20 anos de sua morte.

O alagoano, cuja biografia se cruza com a própria história do jornalismo e da literatura paraibana (foi ele o datilógrafo dos originais de Menino de Engenho, de José Lins do Rego, e pioneiro do colunismo diário em 'O jornal', fundado por Assis Chateaubriand), atuou na periferia dos círculos intelectuais e é, segundo Hildeberto Barbosa Filho, um nome único no gênero do jornalismo literário.

“O caso de Valdemar Cavalcanti é mais ou menos o mesmo caso de Ascendino Leite: este, porém, focaliza uma série de temas no entorno da literatura, enquanto aquele se detém aos bastidores, fazendo um recorte muito particular do cotidiano literário de escritores como Aurélio Buarque de Holanda e Graciliano Ramos”, diz Hildeberto.

Todos nordestinos, os membros daquele grupo tiveram influência no movimento decorrente da Semana de Arte Moderna de 1922 e, posteriormente, no Romance de 1930.

Ícone regionalista, José Lins do Rego era amigo pessoal de Cavalcanti e, de acordo com Hildeberto, leu os manuscritos de Menino de Engenho para 'Vavá', como cariosamente o chamava, em uma praça pública de Maceió.

Valdemar Cavalcanti e Zé Lins mantiveram uma amizade sólida também no Rio de Janeiro, cidade para a qual se mudaram e passaram a se encontrar nos famosos 'sabadoyles' (encontros de escritores na casa do intelectual Plinio Doyle) e nos fla-flus no Maracanã (ambos dividiam uma paixão fervorosa pela equipe rubro-negra).

A editora José Olympo, que lançou a primeira edição de Menino de Engenho, em 1932, publicou em 1960 o primeiro e único livro assinado por Valdemar Cavalcanti: Jornal Literário.

O título é, para Hildeberto Barbosa, uma referência por tecer "considerações sobre autores, dedicatórias e polêmicas literárias da época".

Cavalcanti também introduziu a edição de Pais e Filhos, romance de Ivan Turgueniev traduzido por Ivan Emilianovitch (popularizada no Brasil em coleções de bolso) e organizou uma coletânea com os melhores textos de Stanislaw Ponte Preta para José Olympio em 1976.

Foi membro honorário da Academia Francesa de Letras, membro da Academia Alagoana de Letras (na qual ocupou a cadeira 32) e faturou, nos anos de 1965 e 1974, respectivamente, os prêmios Jabuti e Machado de Assis.

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Jornal da Paraíba

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