'Padre Elvis' é a nova aposta do mercado da música católica

Em 1990, a banda Engenheiros do Hawaii já conclamava: o papa é pop. Vinte cinco anos depois, padres mergulham em livros, filmes e, sobretudo, discos, para chegar aos fiéis pregando através do sertanejo e até do rock.

Nova aposta da Universal Music, o “Padre Elvis” costuma utilizar o Rei do Rock em suas pregações. Ficar conhecido como Padre Elvis trouxe uma mudança repentina para a vida do pároco Marcos. Depois da fama, que foi propagada por seus fiéis da Paróquia Santíssima Trindade, no Butantã (SP), o padre chegou a celebrar missa para mais de mil fiéis.

Fã de Elvis desde a infância, Marcos sempre falava sobre o dom que o músico carregava. Apesar de nunca ter se vestido como o cantor, nem cantar músicas dele, exibe um topete que inevitavelmente remete ao ídolo e usa a música para tocar o coração das pessoas - ele acaba de lançar o CD O Senhor é Rei.

Mesmo com toda popularidade, o padre deixa claro que o grande presente que Deus o concedeu é poder evangelizar como um sacerdote. “Fico feliz com o reconhecimento e me sinto honrado em ser comparado a Elvis, mas quem me conhecer perceberá que sou mais um instrumento de Deus para ajudar as pessoas, os jovens e muitas famílias com a palavra, com oração”, afirma, em entrevista por telefone.

Para o Padre Marcos, a popularidade lhe proporciona uma alegria muito grande em poder contribuir como instrumento de Deus para as pessoas católicas e cristãs do país inteiro. “Quem participa das minhas missas, vivencia a espiritualidade com Padre Marcos”.

Focado na missão

Precursor dessa tendência, o padre Marcelo Rossi, que passou essa semana por João Pessoa, não se considera pop e afirma acreditar apenas na sua missão como sacerdote. “Hoje, no mundo, há mais de 1 bilhão de católicos, porém só 100 milhões frequentam (a igreja). Quero trazer de volta esse rebanho”, rebate.

Em 20 anos, Padre Marcelo lançou 13 discos, estrelou os filmes Maria Mãe do Filho de Deus (2003) e Irmãos de Fé (2004) e publicou três livros de sucesso - Ágape e Kairós, venderam, juntos, mais de 12 milhões de exemplares.

O mais recente, Philia, foi lançado terça-feira na Leitura, em João Pessoa. Entre 14h30 e 20h, o padre autografou cerca de quatro mil livros, dois mil deles vendidos na hora.