Paraíba1 conta como foi o show do Pouca Vogal em JP; assista

Cadu Vieira e Fernanda Paiva
Especial para o Paraíba1

Quando Humberto Gessinger e Duca Leindecker pisaram o palco do Teatro de Arena do Espaço Cultural na noite desta quinta-feira (14), centenas de fãs entoaram junto da dupla vários sucessos das suas ex-bandas – Engenheiros do Hawaii e Cidadão Quem – e os mais recentes sucessos do novo projeto destes músicos gaúchos: o Pouca Vogal. O Paraíba1 esteve presente ao show e conta como foi.

Abertura

A atração principal da noite estava marcada para as 21h. Antes disso, três músicos paraibanos fizeram a abertura. Gabriel Caminha (voz e violão), Ranieri (baixo), ambos de Campina Grande, e Dudu Lima (percuteria), de João Pessoa, apresentaram canções de autoria própria e animaram o público que aguardava ansioso pelo Pouca Vogal.

O show

Precisamente às 21h27, Humberto Gessinger e Duca Leindecker subiram ao palco e incendiaram a plateia. Humberto vestia azul e Duca, vermelho, característica que já se tornou marcante nas apresentações da dupla – não por coincidência, já que Humberto é gremista e Duca, colorado.

No repertório dos músicos gaúchos, grandes sucessos do passado, como “Toda forma de poder”, “Refrão de bolero” e “Pra ser sincero”, dos Engenheiros do Hawaii, e “Dia especial”, “Girassóis” e "Pinhal", do Cidadão Quem. Além destas, claro, algumas parcerias dos dois, já no recente projeto, como “Tententender”, “O voo do besouro” e “Pra quem gosta de nós”.

Mas, como não poderia deixar de ser, o público ia mesmo ao delírio quando Gessinger alterava suas letras, adequando-as ao local onde é realizado o show – uma marca registrada do músico desde os tempos de Engenheiros do Hawaii. Frases do tipo “Agora que o centro do universo fica na Paraíba”, adaptada na música “Além da máscara”, “Agora, lá fora, João Pessoa é uma ilha”, em “Terra de gigantes”, e “No táxi que me trouxe a João Pessoa”, em “Pouca vogal”, enlouqueceram a galera.

Como retribuição, o público fez questão de demonstrar o carinho pelos músicos, ora aos gritos de “Du-ca!!! Du-ca!!!”, ora aos berros de “Hum-ber-to!!! Hum-ber-to!!!”. Sem contar as vezes em que os fãs levaram na garganta as letras de “Pra ser sincero” e “Infinita Highway”, fazendo com que Humberto Gessinger largasse o piano, ficasse de pé e aplaudisse o “coral” composto por centenas de vozes.

Por falar em piano, os instrumentos são um espetáculo à parte no show da dupla, que mais parece uma banda no palco. De um lado, Gessinger e seus inseparáveis piano, gaita, viola caipira e violão. De outro, Leindecker e seus baixo, guitarra, violão, contra-baixo, bombo e pandeiro. Além, é claro, das vozes de timbres parecidos e impossíveis de não associar às suas ex-bandas.

Terminada a 20ª música do show, a dupla deu por encerrada a apresentação e se despediu do palco, não antes de Duca presentear os fãs aleatoriamente com três palhetas que usou durante as músicas. Depois de alguns segundos e de gritos de “Mais um!!! Mais um!!!”, a dupla voltou e tocou mais três. Duca voltou sem o casaco vermelho e Humberto com uma faixa na testa, que mais tarde, ao final do show, também iria para os fãs.

A dupla encerrou o show, que durou uma hora e 20 minutos, com 23 músicas cantadas, algumas das quais foram a mescla de duas ou três. O público de João Pessoa, e da Paraíba como um todo, fica na expectativa sobre quando será a próxima vinda da dupla ao Estado, no qual, pelo visto, os músicos sempre serão bem recebidos.

Os fãs

Cerca de 1.300 pessoas estiveram presentes ao Teatro de Arena, segundo a organização do evento. A estudante de Biblioteconomia e Letras Karol Vieira, de 17 anos, veio do Ceará para curtir a dupla pela primeira vez. “O show ‘Novos Horizontes’, dos Engenheiros, havia sido o melhor da minha vida. Mas, esse superou. Com certeza!”, revelou Karol, que ainda leva de lembrança uma das palhetas de Duca. “Ele jogou três pra galera. Deixou só uma no pedestal. Era a minha. Quando acabou o show, eu fui lá e peguei (risos)”, finaliza.

Já para a estudante de Jornalismo Sayonara Rodrigues, de 20 anos, esse foi o terceiro show da dupla. Quer dizer, o segundo e meio. “No ano passado, eu estive no show deles em Campina e aqui. Mas, no daqui, eu acabei passando mal e perdendo metade do show. Para mim, esse foi o show que começou em 2010 e só acabou agora”.

As amigas Karol e Sayonara, felizes, ao final do show do Pouca Vogal

Confira abaixo o repertório do show, que teve músicas não apenas do Pouca Vogal (PV), mas também dos Engenheiros do Hawaii (EH) e do Cidadão Quem (CQ):

- Depois da curva (CQ)
- Até o fim (EH)
- Girassóis (CQ)
- Breve (PV)
- Pose (EH)
- Dia especial (CQ)
- Além da máscara (PV)
- Somos quem podemos ser (EH)
- Música inédita [Não faço nada] (CQ)
- Terra de gigantes (EH)
- Pra quem gosta de nós (PV)
- Pinhal (CQ)
- Toda forma de poder (EH)
- Banco / Dom Quixote (EH)
- Refrão de bolero (EH)
- Ao fim de tudo (CQ)
- Piano bar (EH)
- Tententender (PV)
- 3 x 4 (EH)
- O amanhã colorido (CQ)
- Pra ser sincero (EH)
- Pouca vogal (PV)
- O voo do besouro (PV)
- A montanha (EH)
- Infinita Highway (EH) / Carona (CQ)

Despedida

Nos últimos segundos de contato da dupla com o público nesta noite, uma despedida melódica deixou os paraibanos com gostinho de quero mais. Cantando "Muito obrigado! Foi um prazer tocar pra vocês! Prazer, João Pessoa! Até a próxima vez!", o Pouca Vogal fez os berros se multiplicarem. E deixou uma certeza: João Pessoa quer uma próxima vez.